BANCOS PÚBLICOS

Ao assumir BNDES, Mercadante defende olhar para o futuro e mudanças na TLP

Novo presidente afirmou não pretender que o banco de fomento dispute mercado com bancos privados.

Ipolitica

Atualizada em 06/02/2023 às 14h46
Presidente Lula e vice-presidente Geraldo Alckmin participaram da posse de Mercadante
Presidente Lula e vice-presidente Geraldo Alckmin participaram da posse de Mercadante (Foto: Ricardo Stuckert)

RIO DE JANEIRO - O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante (PT), afirmou não ter interesse em debater decisões do passado, mas construir a instituição “do futuro”, com olhar especial para empresas de menor porte, para o meio ambiente e a competitividade da indústria brasileira no plano internacional. A declaração foi dada durante solenidade de posse, nesta segunda (06), na qual Mercadante assumiu a presidência do banco na sede da estatal no Rio de Janeiro.  

“Estamos aqui não para debater o BNDES do passado, mas construir o BNDES do futuro, que será verde, inclusivo, tecnológico, digital e industrializante”, disse.

Durante seu discurso, Aloizio Mercadante disse que não pretende disputar espaço com bancos privados e que atuará como parceiro estratégico na redução de riscos, na abertura de novos mercados e na elaboração de projetos de investimentos. “Para sermos competitivos, as empresas brasileiras precisam disputar esse mercado, ganhar escala, ganhar competitividade, ganhar eficiência. Essa é uma pauta fundamental para o futuro do BNDES, da indústria e do Brasil”, afirmou.

Além disso o novo presidente prometeu uma atenção maior para pequenas e médias empresas, inclusive apontando para uma reformulação da Taxa de Longo Prazo (TLP), que substituiu a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) a partir do governo de Michel Temer (MDB). “O grande desafio para o sucesso da agenda modernizante das micro, pequenas e médias empresas será em parceria com o Congresso Nacional e o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. Debateremos para ajustar a Taxa de Longo Prazo que o BNDES utiliza hoje”, disse.

“Não queremos e não estamos reivindicando o padrão de subsídios do Orçamento como ocorreu no passado, mas uma taxa de juros mais competitiva, sobretudo para micro, pequenas e médias empresas”, prosseguiu.

“Atualmente a TLP apresenta enorme volatilidade e representa um custo financeiro acima do custo da dívida pública federal, o que penaliza de forma desnecessária as micro, pequenas e médias empresas”, criticou o novo presidente do banco público.

A cerimônia contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, além de diversos integrantes do ministério do governo, como Rui Costa (Casa Civil), Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima).

No palco, também estavam a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), o governador Cláudio Castro (PL), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja. Em sua fala, Mercadante prometeu um ambiente aberto a ideias divergentes no BNDES e disse que a pluralidade faz parte da história e do êxito da instituição.

Para ele, é papel do BNDES apoiar a transição para uma economia de baixo carbono com empregos verdes, bem como promover a inclusão produtiva e a reurbanização inteligente. Mercadante disse, ainda, que o banco público será presente na preservação da Amazônia e outros biomas e lembrou a reativação do Fundo Amazônia, que agora passará à gestão do banco público. 


 

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