Fim do orçamento secreto

Lira reúne com líderes e relator vai redistribuir recursos

Com a decisão do STF, congressistas debatem redistribuição de mais de R$ 19 bilhões previsto no Orçamento para emenda do relator.

Ipolítica

Arthur Lira vai se reunir com líderes partidários da Câmara dos Deputados
Arthur Lira vai se reunir com líderes partidários da Câmara dos Deputados (Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados)

BRASIL - Após o Supremo Tribunal Federal (STF) fechar maioria para tornar inconstitucionais as emendas de relator, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), recebeu na tarde desta segunda-feira (19) líderes partidários para discutir os reflexos da decisão na votação da PEC da Transição.

Apesar de a decisão do STF ter surpreendido a cúpula do Congresso, Lira disse que “a Câmara continuará trabalhando para a estabilidade do país”.

A PEC já foi votada no Senado e está em tramitação na Câmara. O texto amplia o teto de gastos para permitir ao governo manter o pagamento do Bolsa Família em R$ 600 e abre espaço fiscal para recompor o orçamento de programas e pastas consideradas essenciais pelo gestão do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

Além disso, a proposta permite o uso de R$ 23 bilhões oriundos de excesso de arrecadação do governo para custear investimentos. Este montante seria usado para liberar R$ 7,7 bilhões em emendas de relator -que ficaram conhecidas como orçamento secreto- bloqueados para cumprir o teto de gastos.

Redistribuição

Agora, com a decisão do STF de tornar inconstitucional o mecanismo, parlamentares discutem uma saída para redistribuir a verba. Em 2023, R$ 19,4 bilhões estão reservados para as emendas de relator.

Sobre a redistribuição, o relator do orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), disse que vai redistribuir os recursos destinados às emendas de relator em 2023 como emendas de bancada e emendas de comissão. Dessa forma, pelo menos no ano que vem, o dinheiro do orçamento secreto segue nas mãos do Congresso.

“Só posso como relator alocar esses recursos para atender a pedidos. E os pedidos que tenho hoje são as emendas de bancada e de comissão que ainda não foram atendidas”, disse Castro. Ele explicou ainda que vai redistribuir os recursos até o fim do dia.

Todo os anos as comissões temáticas da Câmara – Justiça, Cultura, Esporte, Educação, etc – indicam realocação de recursos ou nova despesas para o orçamento do ano seguinte. Para 2023, o prazo terminou dia 14 de dezembro. Normalmente é o relator atende uma fatia muito pequena das comissões temáticas por falta de recursos.

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