BRASIL - O Índice Nacional de Custo da Construção, calculado e divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (INCC/FGV) acumula aumento de 7,53% no primeiro semestre de 2022 e 11,57% nos últimos 12 meses. Somente em junho, a alta foi de 2,14%, terceira maior elevação para esse mês, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
A economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, lembra que somente em junho de 1995 (+3,12%) e em junho de 2021 (+2,16%), as altas foram superiores. “Particularmente em junho de 2022 o custo com materiais e equipamentos cresceu 1,07%, o custo com a mão de obra aumentou 3,35% e o custo com serviços 0,68%”, diz.
No custo com materiais e equipamentos, foi observado que os vergalhões e arames de aço ao carbono, depois de aumentarem 1,64% em abril, e 6,97% em maio, registraram alta de 3,06% em junho. “O cimento foi outro insumo que continuou aumentando: 5,38% em abril, 5,56% em maio e 3,15% em junho. No 1º semestre de 2022, o cimento já apresentou incremento de 16,84% em seus preços. Essas altas contribuem para manter o custo da construção em patamar elevado, prejudicando as atividades do setor, gerando incertezas, instabilidades e preocupação em relação aos futuros lançamentos. Vale destacar que há 24 meses consecutivos a alta dos insumos é um dos principais problemas enfrentados pela Construção”, afirmou Ieda Vasconcelos.
Variação
Em junho de 2022, a variação de 3,35% registrada no custo com a mão de obra aconteceu em função do incremento observado em seis, das sete capitais componentes do INCC/FGV: Brasília (+1,57%), Rio de Janeiro (+2,37%), São Paulo (+5,09%), Salvador (+3,54%), Recife (+3,91%) e Porto Alegre (+2,26%).
“É importante ressaltar que é nos meses de maio e junho que se concentram as datas bases dos trabalhadores da construção civil nas cidades pesquisadas pelo INCC e, por esse motivo, historicamente, observa-se maior aumento do custo nesse período”, explicou.
A economista ainda mencionou que, desde julho de 2020, a construção civil vem sentindo as fortes elevações nos seus custos, especialmente em função das altas nos preços dos insumos. De julho de 2020 até junho de 2022, o INCC/FGV já aumentou 30,94%.
“Neste período, o custo com materiais e equipamentos cresceu 52,70%, o custo com a mão de obra registrou elevação de 18,46% e o custo com serviços aumentou 17,74%. Observa-se, portanto, que o incremento no custo com os insumos foi a maior fonte de pressão na elevação dos custos da construção. É importante ressaltar que, neste período em análise, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que é o indicador oficial da inflação no país, aumentou 21,23%”, aponta a economista.
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