BRASIL - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, afirmou nesta terça-feira, 17, que a Corte pretende trazer ao Brasil mais de 100 observadores internacionais para acompanhar as eleições de 2022. A possibilidade acontece após constantes ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral brasileiro.
Fachin também anunciou a criação de uma rede para garantir a vinda ao Brasil de observadores da União Europeia. O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez pressão para evitar o convite aos observadores europeus.
“Nossa meta é ter mais de 100 observadores internacionais durante o processo eleitoral no Brasil”, afirmou Fachin na abertura de palestra do professor Daniel Zovato, diretor para a América Latina e Caribe do Instituto Internacional para Democracia e Assistência Eleitoral (Idea Internacional).
Fachin anunciou ainda a criação de uma rede para trazer observadores internacionais ao Brasil que vão poder acompanhar as eleições de 2022.
De acordo com ele, o objetivo da rede é "garantir a vinda ao Brasil, antes e durante as eleições, não apenas dos organismos que já mencionamos, mas de diversas autoridades europeias e de outros continentes que tenham interesse em acompanhar de perto o processo eleitoral brasileiro de outubro próximo”.
No início de maio, TSE já insistia em trazer ao Brasil observadores da União Europeia.
O tribunal vinha negociando convite para uma missão da UE atuar como observadora do pleito deste ano, mas recuou por falta de apoio do Ministério das Relações Exteriores, responsável por cuidar dos interesses do país com outros governos.
A falta de apoio do MRE se deveu a pressão do presidente Bolsonaro, contrário à vinda da delegação europeia para acompanhar as eleições.
Bolsonaro vem fazendo ataques ao sistema eleitoral brasileiro e às urnas eletrônicas, sem apresentar provas. O presidente chegou a sugerir que as Forças Armadas pudessem fazer uma apuração paralela dos votos, o que não tem lastro na Constituição.
Mais
Missões internacionais já participaram como observadoras do processo eleitoral brasileiro. Em 2020, por exemplo, a Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) acompanhou as eleições municipais. No relatório final, a OEA elogiou a atuação da Justiça Eleitoral ao organizar eleições durante a pandemia da Covid-19.
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