Repercussão

Autoridades comentam perdão de Bolsonaro a Daniel Silveira

Entre as autoridades que se manifestaram sobre o decreto presencial de Graça Constitucional ao parlamentar estar o ex-governador do Maranhão Flávio Dino que classificou de escandaloso o ato do presidente da República.

Imirante com informações da CNN

Flávio Dino classificou de escandaloso o decreto presidencial que concedeu perdão a Daniel Silveira
Flávio Dino classificou de escandaloso o decreto presidencial que concedeu perdão a Daniel Silveira (Flávio Dino)

BRASIL - Autoridades políticas repercutiram nas últimas horas o perdão que o presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) entre elas, o ex-governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB). Após julgamento do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), o parlamentar foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado por ataques à Corte.

Autoridades como Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado, o deputado federal de São Paulo, Eduardo Bolsonaro (PL) e também o ex-governador Flávio Dino se manifestaram a respeito.

Dino disse, nas redes sociais que o decreto é “absurdamente nulo” e “escandaloso”. “Ato de Bolsonaro, além de uma inaceitável afronta a 10 ministros do Supremo, é absurdamente nulo. Desvio de finalidade e teoria dos motivos determinantes. Não há comoção alguma, há apenas o interesse pessoal do presidente da República de proteger seu aliado político. Lembro que a condenação desse criminoso decorreu de ameaças à integridade física de ministros do Supremo. Se prevalecer esse escandaloso decreto, o ato funcionará como estímulo a novas agressões. Ou seja, o decreto presidencial é um meio que conduzirá a novas ameaças ao STF”, publicou nas redes o ex-governador.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que “certo ou errado, expressão de impunidade ou não, é esse o comando constitucional que deve ser observado e cumprido”.

“Há uma prerrogativa do presidente da República prevista na Constituição Federal de conceder graça e indulto a quem seja condenado por crime. Certo ou errado, expressão de impunidade ou não, é esse o comando constitucional que deve ser observado e cumprido. No caso concreto, a possível motivação político-pessoal da decretação do benefício, embora possa fragilizar a Justiça Penal e suas instituições, não é capaz de invalidar o ato que decorre do poder constitucional discricionário do Chefe do Executivo. O condenado teve crimes reconhecidos e o decreto de graça não significa sua absolvição, porém terá sua punibilidade extinta, sem aplicação das penas de prisão e multa, ficando mantidos a inelegibilidade e demais efeitos civis da condenação. Também não é possível ao Parlamento sustar o decreto presidencial, o que se admite apenas em relação a atos normativos que exorbitem o poder regulamentar ou de legislar por delegação. Mas, após esse precedente inusitado, poderá o Legislativo avaliar e propor aprimoramento constitucional e legal para tais institutos penais, até para que não se promova a impunidade. Por fim, afirmo novamente meu absoluto repúdio a atos que atentem contra o Estado de Direito, que intimidem instituições e aviltem a Constituição Federal. A luta pela Democracia e sua preservação  continuará sendo uma constante no Senado Federal. O condenado teve crimes reconhecidos e o decreto de graça não significa sua absolvição, porém terá sua punibilidade extinta, sem aplicação das penas de prisão e multa, ficando mantidos a inelegibilidade e demais efeitos civis da condenação”, disse o presidente do Senado.

Pelo Twitter, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, defendeu a constitucionalidade da medida. O ex-ministro e pré-candidato a presidente pelo PDT, Ciro Gomes, criticou a medida estabelecida por Bolsonaro. Segundo ele, o benefício da “graça” transformou-se em “desgraça institucional”.

Em uma publicação nas redes sociais, Ciro afirmou que o perdão tenta “acelerar o passo na marcha do golpe”.

Já o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) defendeu o decreto de seu pai. “Daniel está LIVRE e elegível”, publicou no Twitter.

Também pelas redes sociais, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro – que já foi aliado do presidente Bolsonaro – classificou o confronto entre o Executivo e o Judiciário como “preocupante”. “Quem perde é o país pela instabilidade”, afirmou Moro. E completou: “a lei deve valer para todos”.

O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP), saiu em defesa do presidente Bolsonaro. Em sua conta no Twitter, Barros afirmou que o decreto está em conformidade com a Constituição. “Bom para a democracia e para a harmonia e equilíbrio entre poderes.”

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