Resgate

Maranhenses são resgatados de trabalho em condições análogas à escravidão em Santa Catarina

Os trabalhadores, naturais de Caxias, foram vítimas de tráfico de pessoas.

Imirante, com informações da TV Mirante

Os trabalhadores maranhenses foram encontrados em um alojamento no Estado de Santa Catarina. (Foto: divulgação / Ministério do Trabalho e Previdência)
Os trabalhadores maranhenses foram encontrados em um alojamento no Estado de Santa Catarina. (Foto: divulgação / Ministério do Trabalho e Previdência)

BRASIL - Foram resgatados, nessa segunda-feira (4), 49 trabalhadores de Caxias, no Maranhão, que estavam sendo submetidos a condições análogas à escravidão, em uma colheita de maçã, em São Joaquim, município de Santa Catarina. 

 

O resgate foi realizado por auditores-fiscais do Trabalho da Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência, em conjunto com a Defensoria Pública da União (DPU), Ministério Público do Trabalho (MPT), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Polícia Federal (PF).

A ação fiscal iniciou no dia 29 de março. De acordo com as investigações, eles haviam sido aliciados por um intermediador de mão-de-obra, conhecido como “gato”, que havia oferecido emprego em propriedades que estavam em fase de colheita da maçã.

Os alojamentos verificados estavam em condições de higiene e conservação degradantes. (Foto: divulgação / Ministério do Trabalho e Previdência)
Os alojamentos verificados estavam em condições de higiene e conservação degradantes. (Foto: divulgação / Ministério do Trabalho e Previdência)

"Não eram fornecidos papel higiênico, roupa de cama e colchões aos trabalhadores, que tiveram descontados de seus ganhos os valores de R$ 200 por colchão fornecido, além do valor de R$ 120, por trabalhador, para que o aluguel das casas fosse pago. Ainda existia a despesa de R$ 140 para o pagamento da alimentação por vítima. E mais, era cobrado o valor de R$ 60 pela carne”, comenta o auditor-fiscal do Trabalho”, explicou o auditor-fiscal do Trabalho Cláudio Secchin.

Ainda segundo o coordenador, em um dos alojamentos que não possuía cama e nem água potável, e com energia elétrica precária, não havia armários para a guarda dos pertences e havia moradia coletiva de família. Os 22 trabalhadores se amontoavam em cinco ou seis pessoas por cada cômodo, com apenas um banheiro para tomar banho e um vaso sanitário para homens e mulheres.

Após os empregadores serem notificados, e constatada a existência de trabalho degradante, eles quitaram as verbas rescisórias de todos os trabalhadores resgatados, calculadas pela auditoria-fiscal do Trabalho. O valor líquido pago pelos empregadores aos resgatados foi o total de R$ 174.333,37.

O Ministério Público do Trabalho determinou o valor de R$ 10 mil de multa por dano moral coletivo para cada empregador, e a Defensoria Pública da União determinou o valor de R$ 1 mil para cada trabalhador a título de dano moral individual.

Os empregadores pagaram as despesas de retorno dos resgatados para a cidade de Caxias, no valor de R$ 900 para cada um. Também foram emitidas as guias de seguro-desemprego do trabalhador resgatado, pelas quais cada um dos resgatados faz jus ao recebimento de três parcelas de um salário-mínimo cada.

Denúncias

Segundo o Ministério do Trabalho e Previdência, denúncias de trabalho análogo ao de escravo podem ser feitas de forma anônima no Sistema Ipê.

 


 

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