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Levantamento do Dieese mostra 60,5% dos reajustes salariais abaixo da inflação

Quanto ao valor do reajuste necessário, equivalente à inflação acumulada nos 12 meses anteriores à data-base, nota-se o agravamento do quadro.

Imirante.com

Atualizada em 26/03/2022 às 18h02

BRASIL - Levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que 60,5% dos 119 reajustes salariais referentes a fevereiro, analisados até 9 de março, ficaram abaixo da variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE). São dados preliminares, mas, em termos percentuais, se aproximam do observado em janeiro de 2021, quando foram analisados 2.315 reajustes.

Os dados revelam ainda que outros 15,1% dos reajustes de fevereiro tiveram valor equivalente ao da inflação acumulada nos 12 meses anteriores. Os demais 24,4% ficaram acima do índice inflacionário medido pelo IBGE. Quanto a janeiro de 2022, o quadro melhorou em relação ao apurado para a mesma data-base no levantamento anterior, com queda de quase 9 pontos percentuais (p.p.) nos reajustes abaixo do INPC e aumento em 10 p.p. naqueles iguais à inflação.

A variação real média, equivalente à média dos reajustes após desconto da inflação, mantém-se negativa em fevereiro. Nessa data-base, ficou em -0,98%.

Quanto ao valor do reajuste necessário, equivalente à inflação acumulada nos 12 meses anteriores à data-base, nota-se o agravamento do quadro, após uma ligeira melhora em janeiro de 2022. A situação tende a piorar nos próximos meses, em função do impacto da guerra na Ucrânia sobre o preço dos combustíveis e da alimentação. O reajuste necessário para os reajustes da data-base março/22 atingiu 10,80%.

Até o momento, não houve reajustes parcelados na data-base fevereiro de 2022. Em fevereiro de 2021, o percentual de reajustes parcelados foi de 2,3%.

Reajustes escalonados foram observados em 7,6% das negociações salariais de fevereiro último. O percentual vem caindo acentuadamente nas últimas datas-bases, mas é ainda superior ao observado em fevereiro de 2021.

Primeiro bimestre

No acumulado do ano (jan-fev/22), nota-se uma distribuição preliminar quase equânime dos reajustes em comparação com o INPC. Cerca de 37% dos reajustes das duas primeiras datas-bases do ano ficaram abaixo da inflação, 32% ficaram acima e 31% em valor igual ao INPC. A variação real média até o momento é de -0,48%.

Entre os setores analisados, a indústria apresenta, até o momento, os melhores resultados em 2022. Cerca de 39% dos reajustes resultaram em aumentos reais aos salários e 34% em reposição integral das perdas salariais, sempre na comparação com o INPC. Nos serviços, aumentos reais foram observados em cerca de 30% dos casos. Por outro lado, cerca de 43% dos reajustes no setor ficaram abaixo da inflação. No comércio, observa-se uma maior frequência de reajustes iguais ao INPC, totalizando metade dos casos no setor.

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