Polícia Federal

Renan Calheiros é indiciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro

Suspeita é a de que o senador recebeu R$ 1 milhão da Odebrecht em troca do apoio a um projeto do interesse da empreiteira no Senado, na época em que ele era presidente da Casa.

Imirante.com

Atualizada em 27/03/2022 às 11h02
Renan Calheiros atualmente é relator da CPI da Covid.
Renan Calheiros atualmente é relator da CPI da Covid. (Edilson Rodrigues / Agência Senado)

BRASÍLIA - O senador Renan Calheiros (MDB-AL) foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A suspeita é de que Calheiros recebeu R$ 1 milhão da Odebrecht em troca do apoio a um projeto do interesse da empreiteira no Senado, na época em que ele era presidente da Casa.

Renan Calheiros, que atualmente é relator da CPI da Covid e se tornou adversário do presidente Jair Bolsonaro, negou ter recebido pagamentos e vê retaliação por sua atuação contra o governo "em uma acusação sem prova referente a 2012". A defesa diz que "jamais foi encontrado qualquer indício de ilicitude" sobre o senador.

O relatório, que foi enviado ao ao Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira (2), deve ser encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre a apresentação de denúncia contra o parlamentar.

De acordo com o relatório da PF, há "indícios suficientes de autoria e materialidade" contra o senador envolvendo a aprovação, no Senado, de um projeto de resolução sobre alíquota de ICMS. A propina teria sido paga em 2012, em dinheiro vivo, para o motorista de um suposto operador de Renan, de acordo com a PF. A acusação tem como base os registros internos do sistema de pagamentos de propina da Odebrecht, que atribuiu o codinome "Justiça" ao repasse a Renan. O sistema registrou uma ordem de pagamento em dinheiro vivo ao motorista, no dia 31 de maio de 2012. Porém, o motorista foi ouvido em depoimento pela PF e disse "não se recordar" de ter recebido qualquer mala ou dinheiro.

O indiciamento do senador ocorre em um momento no qual ele se tornou uma das principais vozes contrárias ao governo dentro do Senado, por ser o relator da CPI da Covid, que tem levantado suspeitas de corrupção na compra de vacinas e de falhas na gestão do presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia.

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