LISBOA (PORTUGAL) - No Dia Mundial de Combate à Tuberculose, lembrado hoje (24), a Organização Mundial da Saúde (OMS) pede às autoridades que não descuidem do tratamento das vítimas dessa doença, que têm risco aumentado com a pandemia do novo coronavírus.
“As autoridades de saúde devem manter o apoio aos serviços essenciais para a tuberculose, incluindo cuidados durante emergências como o covid-19”, destaca a OMS.
A organização lembra que “pessoas doentes com tuberculose e covid-19 poderão ter resultados piores no tratamento, sobretudo se o tratamento da tuberculose for interrompido”.
"A pandemia de Covid-19 está mostrando como as pessoas com doenças pulmonares e imunidade enfraquecida são vulneráveis", afirmou o diretor geral da OMS, Tedros Ghebreyesus. Ele lembrou que "o mundo comprometeu-se a acabar com a tuberculose em 2030 e melhorar a prevenção é a chave para conseguir esse objetivo. Há milhões de pessoas que precisam ser tratadas preventivamente para evitar o aparecimento da doença, evitar o sofrimento e salvar vidas".
Os doentes com tuberculose, que têm sintomas comuns com o covid-19, como tosse, febre e dificuldades respiratórias, devem “tomar precauções para se proteger do covid-19 e continuar o tratamento”.
A OMS defende que é preciso “limitar a transmissão de tuberculose e de Covid-19 em ambientes comuns e em instalações de saúde”.
Métodos e prevenção
Embora os métodos de transmissão das duas doenças sejam ligeiramente diferentes, aplicam-se a ambas medidas preventivas como “controle e prevenção de infecções, cuidados com a tosse e segregação de casos suspeitos”.
Para as duas doenças são essenciais “teste de diagnóstico confiáveis” e a garantia de tratamento antituberculose para todos os afetados, incluindo os que estejam de quarentena por suspeita de infecção pelo novo coronavírus.
A OMS lembra a importância de “prevenir toda e qualquer discriminação de pessoas afetadas por qualquer dessas doenças, respeitando a proteção dos direitos humanos”.
Números causam apreensão
Estima-se que cerca de um quarto da população mundial esteja infectada com a bactéria que causa a tuberculose. Embora possam não estar doentes nem contagiar ninguém, estão em risco acrescido de desenvolver a doença.
A tuberculose, segundo a OMS, ainda é a doença infecciosa que mais mata em todo o mundo: em 2018, morreram 1,5 milhão de pessoas, 251 mil com HIV, o que as torna especialmente vulneráveis.
Neste ano, foram registrados 10 milhões de novos casos, 500 mil resistentes aos tratamentos existentes, estimando-se que 3 milhões ficaram por diagnosticar
Em 2019, foram necessários US$ 10 mil milhões para tratar a doença, mas faltaram 3,3 mil milhões para atingir essa meta.
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