BRASIL - O ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira, afirmou, nesta quinta-feira (29), que algumas das principais estatais brasileiras já estão em estágio avançado na implantação das novas regras de governança. Uma das primeiras medidas do governo Michel Temer, a Lei das Estatais foi aprovada em junho pelo Congresso Nacional e regulamentada ontem (28).
Nos cálculos do ministro, as maiores empresas estatais têm avançado rapidamente na implementação dessas normas. “Já temos o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a Eletrobras e a Petrobras já em estágio avançando de implementação. Em alguns casos, mais de 80% dos requisitos foram cumpridos”, explicou.
Na prática, o Estatuto Jurídico das Empresas Estatais estabelece regras mais rígidas para a nomeações em cargos de direção e em licitações. O documento traz ainda regras específicas para empresas de menor porte e detalhamento dos mecanismos e estruturas de transparência e governança.
Mais transparência
As regras passam a valer para todas as estatais federais: empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias e qualquer sociedade cuja maioria do capital votante pertença direta ou indiretamente à União.
Confira as principais regras:
Comitê de auditoria
As subsidiárias poderão compartilhar estrutura com a holding. Terá de três a cinco membros e deverá se reunir ao menos duas vezes ao mês. Ou, no caso de instituições financeiras e estatais de capital aberto, no mínimo quatro vezes. Todos os membros devem ser independentes, salvo empresas de menor porte onde essa exigência se aplica apenas à maioria dos membros.
Área de gestão de riscos e compliance
As subsidiárias poderão compartilhar estrutura com a holding. Não há quantitativo mínimo de cargos para a área, que não precisa ser uma diretoria. Esse é um importante mecanismo para o combate à corrupção.
Código de Conduta e Integridade
Deverá conter princípios éticos e sanções por descumprimento. O Código da Alta Administração deverá prever regra sobre divulgação de informações relativas a temas afetos às empresas estatais.
Comitê de elegibilidade
Irá verificar requisitos e vedações (válidos desde 01/07/2016) para as indicações realizadas pelos ministérios supervisores. Também tem atribuição complementar de auxiliar o Conselho de Administração na avaliação do desempenho dos diretores.
Mecanismo de controle para as indicações de administradores e conselheiros
Avaliação detalhada, com dupla checagem, feita pelo ministério supervisor e pela própria empresa por meio do Comitê de Elegibilidade.
Conselho de Administração
Deverá subscrever Carta Anual de justificação da missão pública, em atendimento à recomendação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), cujo modelo será publicado no sítio eletrônico do Ministério do Planejamento. Terá no mínimo 25% de membros independentes indicados pelo ministério supervisor, exceto empresas de menor porte com receita operacional bruta inferior a R$ 90 milhões.
Criação de Assembleia-Geral
Este mecanismo reforçará a governança, a transparência e o controle social nas empresas estatais.
Limites de recondução de administradores e conselheiros
Tem por objetivo a oxigenação da administração e a gestão comprometida com resultados.
Divulgação da remuneração dos administradores e conselheiros de forma detalhada e individual
Mecanismo de transparência ativa na internet, em atendimento às recomendações da OCDE e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Criação de parcela variável na remuneração dos diretores, vinculada ao cumprimento de metas objetivas
Aproxima a gestão das estatais dos paradigmas privados de eficiência e comprometimento da alta administração com resultados mensuráveis.
Divulgação de demonstrações financeiras trimestrais
As informações deverão ser divulgadas e auditadas por auditor independente. Favorece a transparência e exatidão das informações.
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