Quando a criança começa a falar as primeiras palavras, não há pai ou mãe que não se derreta. Por esta razão, muitos deles acabam não se atentando que a criança já não deveria fazer mais trocas de sons na fala. Sabemos que, durante a fase de aprendizagem, é normal que o pequeno cometa trocas de sons na pronuncia de determinadas palavras.
Porém, se seu filho tem mais de quatro a cinco anos e ainda não está com a fala totalmente desenvolvida, pode ser que ele esteja com um transtorno de linguagem. “Trata-se de um distúrbio no qual a criança pronuncia as palavras de forma errada, com trocas de letras, distorcendo ou adicionando fonemas ou sílabas as mesmas”, informa a fonoaudióloga e coach Patricia Antoniazi.
Podemos observar os três primeiros estágios de aquisição normal dos sons, são eles:
Estágio pré-linguístico (de 1 mês a 1 ano). Há a produção de balbucio, porém não há relação entre o som realizado e seu significado
Estágio das 50 primeiras palavras (de 1 ano a 18 meses ). Dar-se o início da relação do som com o significado do que é dito pela criança
Estágio do desenvolvimento dos sons da fala (de 18 meses a 4 anos). Marca a estabilidade do som produzido e o padrão da língua alvo
No período entre 12 e 18 meses, o comportamento da linguagem da criança apresenta variações e diferenças individuais. Já o período do desenvolvimento das 50 primeiras palavras, iniciado em torno de 18 meses, apresenta certa sistematicidade de aquisição, pois a maioria dos sons do português brasileiro é produzida corretamente pela criança aos quatro anos de idade e o estabelecimento destes contrastes fonológicos parece seguir uma ordem de aquisição específica.
Existem alguns tipos de erros comuns
Troca de fonema (“clavo e não ''cravo”)
Omissão de fonema (''cao e não ''carro'')
Ensurdecimento de fonema (''cato e não ''gato)
Segundo a especialista, a fase em que a alteração da fala ou dislalia ocorre é na primeira infância, na fase que varia entre os 2 e 5 anos de idade. “Esse problema pode ter origem multifatorial. Um dos problemas é a ocorrência de uma alteração nos órgãos da fala e da audição”, descreve.
Em outros casos, o distúrbio pode ter relação com fatores emocionais, como ciúme de um irmão que nasceu, traumas, convivência com responsáveis que pronunciam palavras incorretas, entre outras causas. “Esse problema pode continuar até a fase adulta, causando dificuldades para o aprendizado da escrita e da fala, além de dificuldades de socialização por vergonha da ‘fala errada’”, esclarece Patricia.
De acordo com a fonoaudióloga, o ideal é que a criança antes de entrar no trabalho de alfabetização realize exame audiológico para identificar se o pequeno possui algum tipo de alteração que possa atrapalhar no processo de aprendizagem. “O tratamento fonoaudiológico deve ser iniciado até mesmo antes dos 4 anos de idade e deve ser realizado uma avaliação com otorrinolaringologista e odontopediatra”, conclui Patricia.
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