Educação

Comissão de Educação examina projetos sobre revalidação de diplomas

No Brasil mais de 10 mil diplomas esperando revalidação por universidades públicas.

Imirante.com, com informações da Agência Senado

Atualizada em 27/03/2022 às 11h46
( Foto: Fernando Frazão/ABr)

BRASÍLIA - Procedimento considerado lento e burocrático, a regularização profissional no Brasil de portadores de diplomas obtidos em universidades do exterior poderá se tornar mais fácil, caso sejam aprovados dois projetos que tramitam na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). Enquanto o Projeto de Lei do Senado (PLS) 320/2014 visa aumentar o número de instituições aptas a revalidar diplomas estrangeiros, a alteração na lei (PLS 319/2014) estabelece um processo simplificado para revalidação de graus em medicina expedidos para brasileiros na Bolívia.

O PLS 320/2014 estende para universidades privadas e centros universitários públicos e privados a prerrogativa de revalidação de diplomas desde que "tenham curso do mesmo nível e área ou equivalente" e sejam respeitados os acordos internacionais de reciprocidade ou equiparação. Ao justificar a proposta, o relator destaca que, somente para medicina, há no Brasil mais de 10 mil diplomas esperando revalidação por universidades públicas, o que submete os graduados a uma "batalha de burocracia". Para o senador, a demora na habilitação causa prejuízo à rede pública de saúde, que já sofre com a escassez de médicos.

"Não nos parece justo que esses profissionais, após longos períodos fora do país e distantes de suas famílias, para realizar estudos que ao cabo são de interesse de toda a sociedade, não consigam regularização profissional em tempo razoável", argumenta.

Bolívia

O número reduzido de profissionais de saúde e sua má distribuição no território brasileiro também foram lembrados por na justificação do PLS 319/2014, que estende aos brasileiros formados em medicina na Bolívia o processo de revalidação simplificada previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Para o senador, a maioria dos médicos se concentra nas Regiões Sul e Sudeste e poucos se dispõem a trabalhar em pequenos municípios do interior. Ele comparou essa situação com o grande número de brasileiros que se graduaram na Bolívia e não conseguem exercer a medicina no Brasil, apesar de serem "profissionais altamente capacitados, formados em universidades idôneas".

Para o relator do projeto, a revalidação dos diplomas da Bolívia deverá definir as regiões do território nacional em que será permitido o exercício da profissão, segundo critérios a serem definidos em regulamento. Ao justificar o projeto, ele considera "inadmissível que a burocracia do processo de revalidação de diplomas médicos estrangeiros, no Brasil, represente um obstáculo ao provimento de assistência médica à população carente e à consolidação da integração latino-americana".

Com o fim da legislatura, os dois projetos aguardam designação de novos relatores na Comissão de Educação que, ainda em 2014 aprovou, no dia 15 de julho, em caráter terminativo, o substitutivo ao PLS 399/2011, que simplifica a revalidação de diplomas de cursos presenciais de graduação, mestrado e doutorado expedidos por instituições de educação superior estrangeiras de excelência reconhecida pelo poder público brasileiro. A matéria seguiu para exame da Câmara dos Deputados.

O PLS 320/2014 receberá decisão terminativa da CE. O PLS 319/2014, por sua vez, ainda será examinado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

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