Calazar mata mais que dengue no Ceará

Portal Verdes Mares

Atualizada em 27/03/2022 às 13h57

FORTALEZA - No primeiro semestre deste ano, já são dez óbitos causados pela leishmaniose visceral (calazar) no Estado. Somente em Fortaleza, cinco pessoas morreram vitimadas pela doença. Além da Capital,  Sobral, com dois falecimentos; Nova Russas, Morrinhos e Varjota registraram mortes.

O número é superior ao confirmado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) para a dengue. De acordo com o boletim semanal da Sesa, sete pessoas morreram — três em Sobral; duas em Juazeiro; uma em Camocim e Salitre. Os dados são dos coordenador municipal do programa de controle de leishmaniose, Ronaldo Pinheiro; e do coordenador da Célula de Promoção e Proteção à  Saúde do Estado, Manoel Fonseca.

No ano passado, foram 41 mortes no Ceará pelo calazar, sendo 14 em Fortaleza. A dengue atingiu 157 pessoas e matou 15 no Ceará.

Transmissor é encontrado em todos os bairros da cidade

Uma das questões mais graves é que o mosquito transmissor do calazar, o Lutzomyia, é encontrado em todos os bairros da cidade. Segundo ele, o maior número de casos absolutos em Fortaleza está na área da VI (Grande Messejana). “É preocupante a concentração de casos na área do Rio Maranguapinho, incluindo principalmente as Regionais III e V”.

Nas duas regionais, os bairros mais atingidos pela doença são o Autran Nunes, Bonsucesso, Conjunto Ceará, Genibaú, Granja Portugal e João XXIII. Depois de Fortaleza, os municípios mais afetados pela doença no Ceará são Juazeiro do Norte, Barbalha, Caucaia, Crato, Canindé, Sobral, Crateús e Maracanaú. No Brasil, ressalta o especialista, o calazar é uma doença endêmica, ou seja, tem registros freqüentes em determinados lugares. Crianças menores de 14 anos são as mais atingidas.

126 animais capturados estão infectados pela doença

A presidente da Uipa, Geusa Leitão, afirma entrará com mandado de segurança contra a Prefeitura para evitar a morte dos 126 animais capturados nos último dias e infectados pela doença. Ela justifica afirmando que a morte do animal não é o caminho de combate adequado e que somente eliminando o mosquito com ações como limpeza de terrenos e controle da natalidade de caninos poderá reverter o avanço da enfermidade no Estado. “O mesmo trabalho que é feito com o Aedes aegypti, transmissor da dengue, poderá ser dado ao Lutzomyia”, afirma Geusa.

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