BRASÍLIA - O chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), Jorge Kersul Filho, afirmou nesta sexta-feira que os dados das caixas-pretas do Airbus A320 da TAM registraram "com clareza" os últimos 30 minutos de diálogos dos pilotos da aeronave.
Segundo o brigadeiro, os 15 minutos finais das conversas entre os pilotos serão fundamentais para elucidar as causas do pior acidente da aviação do país. O próximo passo agora é cruzar os dados obtidos com o diálogo entre os pilotos antes do choque com o prédio da TAM Express, depois de tentar pousar em Congonhas.
"Os dados que temos agora são frios. Eles serão analisados somando todas as outras informações", afirmou ele a jornalistas.
Kersul reforçou a hipótese de que a manete do avião poderia estar na posição errada no momento do pouso, mas acrescentou que precisa combinar a coleta feita na abertura das caixas-pretas com o comando de voz dado pelos pilotos para tirar as primeiras conclusões.
"São vários os fatores que influenciaram. Um fato sozinho não vai levar ao acidente", acrescentou.
Os manetes funcionam como aceleradores da aeronave. O equipamento controla a potência dos motores do avião.
As informações serão mantidas sob sigilo e enviadas à Polícia Federal e às CPIs no Congresso na próxima semana.
Um piloto da TAM acompanhou o trabalho de peritos nos Estados Unidos para identificar as vozes na cabine da aeronave.
Parte do material extraído das caixas-pretas será analisada pelos técnicos do Cenipa em Brasília. A outra parte, em São Paulo.
Sete linhas de investigação irão orientar os próximos passos do inquérito da Aeronáutica: pista de Congonhas, manutenção da aeronave, condições de trabalho da tripulação, preparo profissional, meteorologia, controle de tráfego aéreo e situação psicológica dos pilotos.
No dia 17 de julho, o Airbus da TAM, com 187 pessoas a bordo, fazia o vôo 3054 de Porto Alegre a São Paulo e depois de tentar pousar em Congonhas se chocou com prédios próximos e explodiu.
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