SÃO PAULO - Uma doença que atinge caranguejos já passou pelos manguezais do Nordeste e agora chegou ao Espírito Santo. Além da ameaça ao meio ambiente, o problema põe em risco o sustento de centenas de famílias.
O trabalho do catador de caranguejo ficou mais pesado. É preciso ficar mais tempo no mangue. Ir ainda mais fundo. "Caranguejo bom de trabalhar, já não tô achando mais não".
O problema nas áreas de mangue do Espírito Santo é que os caranguejos estão ficando doentes. Os especialistas chamam de doença do caranguejo letárgico, que ataca justamente a espécie que o catador procura para vender. O bicho fica imóvel, farco. Quando adoece, não dura mais do que 12 horas. Aí não adianta nem pegar. Ninguém compra caranguejo morto.
Os restaurantes querem o bicho vivo. É a garantia de uma carne fresca. Mas as folhas amareladas, alimento para a espécie, são sinal da ausência do caranguejo-açu.
A suspeita é de que um fungo esteja causando a doença do caranguejo. No Espeírito Santo, o mangue é o sustento para mais de 800 famílias. Já tem catador que volta do manguezalo com o caranguejo pequeno, abaixo do tamanho recomendado pelo Ibama.
"Vazio a gente não pode voltar. Tem que pegar o que tem", diz um catador.
Com a doença, aumenta a procura por outra espécie de caranguejo no Espírito Santo. Na parte seca do mangue, vive o guanhamum, que não demora, segundo os pesquisadores, a entrar na lista de extinção.
O fiscal do Ibama defende a interdição das áreas de mangue atingidas pela doença. "Primeiro, dar uma folga para os bichos reagirem".
Ninguém sabe como começou ou onde vai parar. “Preocupa pelo ponto de vista ambiental, que você tem aí um desequilíbrio sendo gerado e do ponto de vista social, porque nós temos várias famílias de catadores que deixam de ter o seu recurso e a sua sobrevivência", explica a bióloga Cássia Conti.
Informações do G1
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