SÃO PAULO - O balanço divulgado nesta segunda-feira pela Secretaria Estadual da Saúde do Piauí (Sesapi) dá conta que 108, dos 224 municípios do Estado (48%), já notificaram casos de dengue neste ano. Até o último sábado (2), o número de casos notificados foi 5.097, o que equivale 134,47 casos por 100 mil habitantes. O balanço mostra ainda que de janeiro a maio de 2007 cinco pessoas morreram vítima da dengue hemorrágica, que é a forma mais letal da doença.
O número de casos de dengue notificados é 78% superior ao registrado no mesmo período de 2006: 2.864, ou o equivalente a 94,3 casos por 100 mil habitantes. A situação deste ano colocou as autoridades de saúde de todo Estado em alerta.
De janeiro a maio deste ano, segundo dados da Sesapi, o Estado do Piauí notificou 29 casos de dengue hemorrágica, destes, 17 foram em Teresina. Dos casos notificados somente nove já foram confirmados laboratorialmente, com cinco mortes, todas na capital do Piauí. No mesmo período de 2006, foram notificados e confirmados sete casos de dengue hemorrágica com uma morte.
Segundo o secretário Estadual de Saúde de Piauí, Assis Carvalho, a evolução rápida da doença e a notificação de casos aponta para uma epidemia, apesar de não atender aos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde para a denominação. Segundo o Ministério da Saúde um índice que fique entre zero e 100 casos é classificado como baixo. Entre 100 e 300 casos, o índice de incidência é considerado médio. Acima de 300, o Ministério indica que a incidência é alta.
"A evolução rápida de proliferação dos casos é um indício claro de uma epidemia. Tememos ainda pelas próximas duas semanas pois, com as chuvas dos últimos dias que atingiram algumas regiões do Estado, é provável que novas larvas do mosquito [Aedes aegypti, transmissor da dengue] eclodam", afirma Carvalho.
A lista de cidades com mais casos notificados é liderada pela capital, Teresina, que tem 1.096 registros, mais de um quinto do total (21,5%). Em seguida está Parnaíba, com 882 (17,3% do total), Buriti dos Lopes, com 347, ou 6,81% dos registros.
Subnotificação
A grande preocupação das autoridades de saúde diz respeito à subnotificação dos casos. "Por baixo devem haver umas 40 mil pessoas infectadas, mas não temos como comprovar por enquanto", afirma Carvalho.
Para tentar barrar o avanço da doença entre os piauienses, a Sesapi realizou uma reunião com representantes da UFPI (Universidade Federal do Piauí), FMS (Fundação Municipal de Saúde), Funasa (Fundação Nacional de Saúde), Vigilância Sanitária, conselho de secretarias municipais de saúde e Defesa Civil do Estado.
Ainda de acordo com o secretário, será realizada uma avaliação dos critérios adotados pelos municípios para notificação dos casos. Os trabalhos realizados pelas equipes de PSF (Programa de Saúde da Família) também serão avaliados.
As medidas adotadas pelo Estado incluem desde reforços nas equipes que combatem os focos de larvas do mosquito, incremento no trabalho de supervisão e envio de equipamentos para cidades que notificaram mais casos, e carros que expelem o "fumacê" --inseticida usado no combate ao mosquito já adulto.
Por ora, segundo o secretário, não é possível identificar se os casos se referem a autóctones --contraídos na cidade-- ou importados (de pacientes que pegaram a doença fora da cidade). Somente com o laudo do resultado dos exames será possível identificar a origem dos casos, segundo Carvalho.
Informações da Folha Online
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