BELÉM - O assassinato da missionária Dorothy Stang será lembrado neste domingo, 12 de fevereiro, quando o crime completa um ano, com cultos ecumênicos e passeatas em Belém, Anapu, Breves e Barcarena. O Comitê Dorothy e várias entidades ligadas aos direitos humanos e à reforma agrária participam da mobilização.
Em Belém, as manifestações em memória de Stang começam às 9h, com culto ecumênico em frente à Basílica de Nazaré. Depois, uma caminhada deve percorrer o centro da cidade. Às 19h, o arcebispo de Belém, dom Orani Tempesta, celebra missa na paróquia Santa Maria Goreth, no bairro do Guamá, das Irmãs de Notre Dame, congregação à que pertencia Dorothy.
A Procuradoria da República no Pará enviará representantes para Anapu onde, além dos atos marcando a data, deve acontecer uma série de reuniões para discutir a situação dos Projetos de Desenvolvimento Sustentável Esperança e Virola-Jatobá, defendidos por Stang. Os procuradores da República Felício Pontes Jr, de Belém, e Marco Antônio Delfino de Almeida, de Altamira, vão conversar com as cerca de 300 famílias de trabalhadores rurais com quem a missionáriatrabalhava e a expectativa é de encontrar um cenário ainda conflituoso na região.
'Através de pressão sobre os órgãos responsáveis pela reforma agrária, uma parte dos agricultores do PDS alcançou algumas reivindicações, como a liberação dos créditos para plantio e a garantia de permanência na terra. Mas nem todos foram atendidos e a melhor forma de homenagear Dorothy Stang é atender integralmente às necessidades desses trabalhadores', diz Pontes.
Na última visita de um representante do Ministério Público Federal à Anapu, em agosto de 2005, a tensão no município continuava crescendo e os trabalhadores ainda resistiam precariamente às pressões de grileirose madeireiros. Após as reuniões com os trabalhadores, os procuradores devem participar das manifestações em alusão ao assassinato da missionária.
Condenações - Apenas os executores de Dorothy Stang foram condenados. Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo Carlos Batista receberam a pena de 27 anos e 17 anos de prisão, respectivamente, pelo assassinato da missionária norte-americana. Rayfran foi apenado em 28 anos, mas como confessou o crime, atenuou a sentença em um ano. Ele foi condenado à unanimidade de votos por autoria de crime duplamente qualificado, mas por ter a pena ultrapassado os 20 anos, tem direito a protestar por novo julgamento. Clodoaldo foi condenado por maioria de votos como partícipe. Atualmente os dois cumprem pena no presídio de segurança máxima do Estado, o Presídio Estadual Metropolitano (PEN) 3
Ainda não foram a julgamento três envolvidos no crime: Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, Amai Feijoli da Cunha, o Tato, e Regivaldo Galvão, o Taradão. Os três estão presos.
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