BRASÍLIA - A investigação sobre os documentos da ditadura militar encontrados queimados na Base Aérea de Salvador pode ser reaberta, afirmar procurador da Justiça Militar em Salvador Samuel Pereira.
O novo laudo feito pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Brasília contraria o apresentado pela Aeronáutica no início de 2005. Ele atesta que prontuários, fichas e relatórios produzidos entre 1964 e 1985 foram queimados na própria base aérea.
"Ainda não tive acesso a este novo laudo. Vou analisá-lo e confrontar com as provas que já existem no inquérito e, se houver realmente uma mudança no panorama probatório, as investigações poderão ser reabertas", diz Pereira. Segundo ele, a divulgação do conteúdo foi "superficial", uma vez que o novo documento possui mais de 200 páginas.
Em nota, a Subsecretaria de Direitos Humanos da Secretaria-Geral da Presidência da República afirma que o laudo será enviado a Procuradoria-Geral da Justiça Militar, a quem "cabe examinar o laudo e tomar as providências cabíveis".
Em dezembro de 2004, documentos produzidos durante a ditadura militar foram encontrados queimados na Base Aérea de Salvador. No mesmo mês a Aeronáutica abriu Inquérito Policial-Militar (IPM) para investigar o caso. Após perícia do Instituto Nacional de Criminalística, da Polícia Federal, concluiu-se que os documentos não haviam sido queimados na base.
O então ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, determinou que outra inspeção fosse feita, desta vez pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Distrito Federal. Esta foi feita por três peritos do Instituto do DF e um do Instituto da Polícia Federal.
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