RECIFE - Técnicos do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães estão coletando amostras de sangue na população do bairro do Engenho do Meio, na capital pernambucana. A iniciativa, que abrange a população na faixa de 5 a 64 anos, é destinada a identificar o número de casos de dengue na localidade.
Os resultados preliminares indicam que, no Engenho do Meio, o número de casos positivos foi de 93% das amostras de sangue examinadas, em todas as faixas etárias da população. Em novembro, o trabalho será feito no bairro de Brasília Teimosa e, posteriormente, em outras duas comunidades.
A medida integra faz parte do Projeto Saudável, do qual participam pesquisadores do Centro Aggeu Magalhães e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O objetivo é desenvolver um modelo de controle do vetor transmissor da dengue, o mosquito Aedes aegypti, sem o uso de inseticidas.
Desde 2004, a equipe do Aggeu Magalhães realiza coleta e contagem de ovos do mosquito em seis bairros de Recife e um da cidade de Moreno, na região metropolitana. Os ovos, recolhidos em armadilhas, chamadas de ovitrampas, são incinerados para evitar a proliferação do inseto.
De acordo com a médica Cynthia Braga, do Departamento de Parasitologia do Centro Aggeu Magalhães, o levantamento vai servir para alertar as autoridades sanitárias sobre a situação da dengue e incentivar iniciativas de controle da doença, que contribuam para evitar epidemias.
"Os laboratórios credenciados deverão realizar 4,5 mil exames nos próximos meses, para diagnóstico da dengue. O estudo de prevalência da doença deve levar dois anos", disse a médica.
De acordo com o responsável pela pesquisa, Ernesto Marques Júnior, o estudo pretende investigar também a relação da presença da dengue nos bairros com os fatores climáticos e sócio-econômicos.
Em Pernambuco, cresceu em 77% o número de casos de dengue no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Dados do Ministério da Saúde indicam que, de janeiro a julho, foram registrados 8.505 casos no estado conta 4.806 notificados nos primeiros seis meses do ano anterior.
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