FRANÇA - Cerca de 250 projetos culturais serão apresentados durante esta temporada brasileira na França.
Outros países, como Argélia, China e Polônia já foram homenageados pelo governo francês, que defende a idéia da diversidade cultural.
O Ano do Brasil na França começará efetivamente em março com uma exposição sobre o “Brasil Indígena” no museu do Grand Palais, em Paris.
Banco Santos
Essa mostra, aliás, acabou causando preocupações aos organizadores, já que ela seria inicialmente financiada pela Brasil Connects, braço cultural do Banco Santos, de Edemar Cid Ferreira, que está sob intervenção do Banco Central desde novembro passado.
Após um “esforço conjunto dos governos brasileiro e francês”, como disse o comissário brasileiro da temporada cultural, André Midani, sem dar maiores detalhes, o evento será realizado como previsto.
A programação é bastante variada: de março a dezembro serão realizadas em várias cidades francesas manifestações artísticas nas áreas de artes plásticas, teatro, cinema, música, fotografia, dança, entre outras.
O Museu d’Orsay, por exemplo, apresentará a exposição “A Fotografia Brasileira do Século 19”.
No Louvre haverá uma mostra do pintor holandês Frans Post, que viajou pelo nordeste brasileiro no século 17. A exposição “Três Séculos de Arte Brasileira: A coleção Camargo” será apresentada no museu de Belas Artes de Rouen.
Na música, a programação também será diversificada, com a apresentação de cantores como Caetano Veloso e Daniela Mercury e inclui até mesmo trios elétricos na Côte d’Azur e na capital francesa.
A Ópera de Rouen tocará músicas de Heitor Villa-Lobos.
Música tema
O cantor Lenine compôs uma música especial para o Ano do Brasil na França, chamado de “Brésil, Brésils” (Brasil, “Brasils”), uma analogia à diversidade cultural brasileira.
“O Brasil que será mostrado aos franceses mistura modernidade e tradição em todos os setores. Este é o eixo temático desta temporada cultural”, disse o ministro Gilberto Gil.
“Nossas manifestações artísticas, nosso mundo técnico e científico, nosso turismo, gastronomia e nosso profundo compromisso com a paz serão mostrados aos franceses e ao número extraordinário de turistas que visitam a França”, disse o ministro Gil, acrescentando que a temporada cultural aproximará os dois governos.
Além da homenagem cultural feita pela França, fatores políticos, que visam o estreitamento das relações entre os dois países, também podem ser levados em conta na decisão de se organizar um evento deste tipo.
“A proximidade entre os dois países se traduz em fatos concretos. A França é o segundo maior parceiro do Brasil no campo científico. Na área econômica, mais de 500 empresas francesas estão instaladas no Brasil. Os dois países defendem a idéia de uma globalização mais justa, que também beneficie os países em desenvolvimento”, disse o ministro francês das Relações Exteriores, Michel Barnier.
A França também apóia a entrada do Brasil no Conselho de Segurança da ONU como membro permanente.
Além de eventos culturais, vários colóquios e debates sobre temas variados como literatura, televisão e agricultura familiar também integram a programação do Ano do Brasil na França.
Ao que tudo indica, a temporada do Brasil na França deverá despertar o interesse do público francês, que já sente um certo fascínio pela cultura brasileira, sobretudo em razão da música.
Somente o anúncio oficial do “Brésil, Brésils” já lotou o Grande Salão do Ministério francês das Relações Exteriores. “Isso nunca ocorre”, disse o ministro Barnier.
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