BRASÍLIA - A Polícia Federal prendeu na manhã desta quinta-feira, o ex-senador de Rondônia Ernandes Amorim. Uma centena de agentes foi mobilizada de madrugada para cumprir os 21 mandados de prisão e 33 de busca e apreensão de documentos determinados pela Justiça. Amorim é apontado como chefe da organização que teria desviado R$ 18 milhões dos cofres da prefeitura de Ariquemes (RO), administrada por sua filha Daniela Amorim, e outras cidades do estado.
Na operação "Mamoré", foram presas 20 pessoas envolvidas no esquema e só uma ainda não foi localizada pela PF. Dois homens que não estavam relacionados pela operação foram presos por porte ilegal de arma. Entre os detidos estão um filho do ex-senador, Ernan, e um irmão, Osmar Santos Amorim, além de Francisco Rangel Nunes, gerente da empresa Rangel e Matias Construção Civil, e o funcionário do INSS Adão Magalhães da Cruz. Os presos serão indiciados e levados a uma penitenciária.
Todos os bens do ex-senador foram bloqueados. Amorim é dono de contrutoras, de fazendas e do maior frigorífico de Rondônia. Segundo investigações da PF, Rangel declarou um patrimônio à Receita Federal de R$ 150 mil em 2002 e no ano seguinte movimentou R$ 2,2 milhões em bancos do estado. Adão Cruz é acusado de vender por R$ 4,5 mil uma certidão negativa de débito à Construtura Canaã, que faria parte do esquema, para que a empresa participasse de uma licitação.
- O esquema vinha atuando há 20 anos - disse o chefe da operação, delegado Mauro Spósito, a um interlocutor.
As informações utilizadas na prisão do ex-senador começaram no início do ano passado. O governador Ivo Cassol, logo depois de assumir o cargo, pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ajuda federal para combater o crime organizado no estado. O pedido foi analisado pelo Conselho Nacional de Segurança e, a partir daí, ficou acertado que a PF e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) fariam o levantamento sobre as organizações criminosas que operavam no estado.
Essas primeiras prisões eram esperadas desde abril deste ano, mas o massacre de 29 garimpeiros na reserva Roosevelt, dos índios cintas-largas, retardou o início da operação. Pelo menos 140 policiais federais participam da operação e um grupo de 80 chegou ontem à noite em Porto Velho num avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.