Enterro de Lulu tem aplausos e ameaças à imprensa

Folhaonline

Atualizada em 27/03/2022 às 15h06

RIO DE JANEIRO - O enterro do traficante Luciano Barbosa da Silva, o Lulu, morto ontem em confronto com a polícia, mobilizou os moradores da favela da Rocinha e preocupou a polícia do Rio, que teve de cercar o cemitério São João Batista, em Botafogo, para impedir a entrada da imprensa. Quando o caixão desceu, foi muito aplaudido pelos familiares e amigos.

Jornalistas foram ameaçados e expulsos da Capela Real Grandeza do Cemitério São João Batista, em Botafogo, onde estava sendo velado o corpo de Lulu. Vários homens ligados ao traficante morto ameaçaram os jornalistas, dizendo que iriam quebrar tudo.

A morte de Lulu mobilizou a comunidade da Rocinha. Pelo menos cinco ônibus foram fretados por membros da favela para transportar amigos e familiares ao cemitério, e o comércio local está com as portas fechadas desde a noite de ontem, em sinal de luto.

Lulu tornou-se a principal liderança do tráfico na favela em 95 e há nove anos era o homem mais poderoso da favela. De acordo com moradores, Lulu era conhecido por seu temperamento moderado, pela ajuda financeira que dava às famílias mais pobres e por manter um regime que garantia paz aos moradores da comunidade.

A segurança na favela da Rocinha é feito hoje com 1,2 mil homens da Polícia Militar do Rio. A PM teme que, com a morte de Lulu, traficantes de outras favelas tentem invadir o local para disputar o controle do tráfico. De acordo com o Serviço de Inteligência da Polícia, o tráfico na Rocinha movimenta R$10 milhões por mês, mercado que fica aberto com a morte de Lulu e a prisão de cerca de 23 homens de seu bando.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.