BRASÍLIA – O esperado discurso do senador Almeida Lima (PDT/SE) com denúncias contra o ministro da Casa Civil, José Dirceu, frustrou as expectativas no Senado da República. Almeida Lima apresentou um relatório parcial da Polícia Federal, no qual se revela que o Palácio do Planalto tinha conhecimento das investigações sobre Waldomiro Diniz quando ainda era diretor da Loteria do Rio de Janeiro (Loterj), mas no que diz respeito ao ministro, apenas duas citações presentes no relatório sobre notícias veiculadas por agências de notícias na Internet. A frustração levou os governistas para a tribuna do Senado para reclamar da irresponsabilidade do senador em prometer com alarde denúncias "bombásticas" que deixaram a desejar.
A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), classificou a ofensiva de Lima como uma atitude ridícula e absurda. "A montanha não pariu sequer um rato. O que aconteceu aqui hoje foi tão ridículo, absurdo e fora de propósito que só podemos dizer que até a irresponsabilidade tem limites", disse.
Ideli foi seguida pelo senador Renan Calheiros (PMDB/AL). "Sinceramente não entendi nada! Sugiro que o senhor volte à tribuna e fale pelo tempo que for necessário até apresentar a denúncia que anunciou", afirmou. Renan classificou a iniciativa do senador sergipano como um "desrespeito à nação brasileira", "uma brincadeira" que apenas impede o Congresso Nacional de funcionar e prejudica o País.
O senador ainda tentou se defender, argumentando que as denúncias que fez mostram negligência do Planalto diante de investigações do ex-assessor. "Será que estou falando outra língua? O ministro chegou a ligar para o secretário de segurança do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, para evitar essa investigação. Será que não se vê o quanto isso é grave?", questionou.
No entanto, os governistas seguiram o bombardeio. Fernando Bezerra (PTB/RN) definiu o discurso de Almeida Lima como leviano. O mais exaltado, no entanto, foi o senador Aloizio Mercadante (PT/SP). O parlamentar paulista chegou a bater na tribuna e alertar a Almeida Lima que sua inexperiência ofuscou os sentidos e o fez passar por este constrangimento. "Para quê isso, senador? O senhor é um senador em primeiro mandato e espero que isso lhe tenha servido de lição", afirmou.
Mercadante defendeu veementemente o ministro Dirceu, ao lembrar em seu discurso que o ministro foi um guerrilheiro que lutou pela democracia tendo sido exilado. "O ministro tem 40 anos de história. Eu o conheço desde os quatro anos para ver alguém subir e fazer denúncia com tamanha superficialidade. O direito de vossa excelência de escolher e de falar foi ele um dos que garantiu", disse.
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