BRASÍLIA E MARANHÃO - Dezesseis das 21 vítimas da explosão da plataforma de lançamento do foguete VLS-1 Base Aérea de Alcântara foram encontrados neste sábado. A informação foi dada pelo comandante da Operação São Luís, major Tiago Ribeiro.
Ele afirmou ainda que as investigações deverão ser concluídas dentro de 30 dias. O Comando da Aeronáutica descartou a possibilidade de sabotagem. Foi divulgada na tarde deste sábado a lista das 21 vítimas do desastre. Todos eram servidores civis do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), de São José dos Campos (SP). Sete corpos de vítimas já estão no Instituto Médico Legal de São Luis. A Aeronáutica prevê que, até terça-feira, todos os corpos sejam transladados para São Paulo.
Estavam no local do acidente: Amintas Rocha Brito, Antônio Sérgio Cezarini, Carlos Alberto Pedrini, César Augusto Costalonga Varejão, Daniel Faria Gonçalvez, Eliseu Reinaldo Moraes Vieira, Gil César Baptista Marques, Gines Ananinas Garcia, Jonas Barbosa Filho, José Aparecido Pinheiro, José Eduardo de Almeida, José Eduardo Pereira II, José Pedro Claro Peres da Silva, Luis Primon de Araújo, Mário César de Freitas Levy, Massanobu Shimabukuro, Maurício Biella de Souza Valle, Roberto Tadashi Seguchi, Rodolfo Donizetti de Oliveira, Sideny Aparecido de Moraes e Walter Pereira Júnior.
Os ministros José Viegas, da Defesa, e Roberto Amaral, da Ciência e Tecnologia, desembarcaram no fim da manhã no Maranhão e foram direto para o Centro de Lançamento. Os ministros e o presidente da Agência Espacial Brasileira, Luiz Bevilacqua, concederam entrevista coletiva nesta tarde. Viegas afirmou que as investigações já foram iniciadas e que tudo será feito para que os técnicos não tenham morrido em vão. O ministro informou que ainda há risco de uma nova explosão no local.
- A dor da perda e o sofrimento são fontes de ensinamento para todos para que fatos como esse não se repitam - destacou.
O ministro reforçou as palavras do presidente Lula e garantiu que o acidente não significa desânimo.
- Em respeito aos familiares dos mortos o programa não vai acabar - concluiu.
Roberto Amaral disse que este é um compromisso do governo com os heróis que morreram. Bevilacqua ressaltou que todas as famílias serão amparadas pelo governo.
O local do aciedente amanheceu cercado por homens do exército e a entrada no local está restrita e as pessoas estão sendo revistadas.
O trabalho de resgate de corpos na Base Espacial foi retomado na manhã deste sábado. As buscas haviam sido suspensas na noite de sexta por causa do superaquecimento no local do acidente.
Devido à grande dificuldade para realizar o trabalho, peritos do Instituto Médico Legal de São Luís pediram a realização de exame de DNA da arcada dentária. Médicos e peritos do IML de São Luís se deslocaram para Alcântara, em helicóptero do governo do estado, para juntar-se às equipes de resgate do Centro de Lançamento. Os corpos serão liberados às famílias diretamente de lá.
ACIDENTE - A Base de Alcântara dispõe de um circuito interno que pode ter registrado as imagens do acidente. E, segundo técnicos, todo o processo de pré-teste a que a plataforma de lançamento e o foguete VLS vinham sendo submetidos, era monitorado pela equipe de segurança. As imagens podem ter resistido ao acidente, porque o equipamento está programado para transmiti-las automaticamente.
A explosão ocorreu por volta das 13h30m de sexta-feira. Ainda não são conhecidas as causas do acidente, mas já se sabe que houve uma ignição por causas ignoradas de um dos quatro motores do corpo principal do foguete. Em seguida, uma explosão. A plataforma de lançamento ruiu e houve um incêndio, que foi controlado.
No momento da explosão, não havia, segundo o centro Centro de Imprensa da Aeronáutica em São Luís, nenhum serviço importante em andamento no veículo. A última simulação de lançamento foi feita na quarta-feira e, desde então, o foguete vinha passando apenas por manutenção. O VLS-1 V03 seria lançado na segunda e levaria dois satélites desenvolvidos inteiramente no Brasil.
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