RECIFE – O ministro da Cultura, Gilberto Gil, afirmou que, para se chegar a uma política cultural específica para o Nordeste, é preciso “uma escuta muito atenta” por parte de Brasília.
Gil disse, ainda, que “é o Nordeste que tem que nos dizer”, referindo-se ao fato de que o Governo Federal deve muito mais escutar do que falar.
Ele criticou o que chamou de “mega políticas nacionais” para a área cultural, afirmando que elas não têm eficácia e que é preciso que Brasília perceba “a grande massa pulverizada de iniciativas culturais que existem nesse País”.
“Não adianta sentar em Brasília, com uma visão burocrática e tecnicista, e dizer: é assim que a gente vai fazer”.
Segundo Gil, é preciso, em primeiro lugar, saber o que é culturalmente o Nordeste e do que é constituída sua cultura.
“Deve ser feito um mapeamento do que é produzido na Região, do que está constituída a cultura e suas grandes linhas”, sugeriu.
Ele destacou ainda a importância de se rever as políticas de incentivo fiscal para a área, “no sentido de, por exemplo, a padaria e o armazém se juntarem e contribuírem para as atividades culturais das pequenas cidades do interior”.
Para tanto, o ministro ressaltou que é preciso uma articulação entre os municípios, para que suas potencialidades culturais sejam sistematizadas pelos governos estaduais e, em seguida, levadas ao ministério.
Isso, segundo ele, parte de Brasília também, mas deve haver uma articulação local entre os municípios.
“Não é Brasília que tem que dizer como é, mas o conjunto dos municípios. Brasília tem que ficar muito na escuta e depois que escutar, e perceber como é a cultura de cada lugar, dar sugestões”.
As declarações de Gil foram dadas agora há pouco, em entrevista coletiva, no encerramento da 3ª Bienal de Cultura e Ciência da União Nacional dos Estudantes (UNE), no Recife.
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