São Paulo - O cantor e compositor Gilberto Gil aceitou ser o ministro da Cultura do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Depois de uma reunião com o Partido Verde (PV), ao qual é filiado, Gil anunciou sua disposição em participar do futuro governo. Ele revelou que obteve de Lula autorização para fazer, por ano, 25% dos shows que faz atualmente.
Este ano, acrescentou, fez cem. Gil disse que "política e administração também são artes" e que o ministério é, para ele, "mais um palco".
- A tropicália no poder espera trazer elementos do bem, como solaridade, calor e entusiasmo - afirmou Gil.
Gilberto Gil disse que a negociação para fazer shows surgiu da necessidade de aumentar seus ganhos, pois cerca de 20 a 30 pessoas dependem do trabalho dele, entre músicos e funcionários da produtora.
Na segunda-feira à noite, na entrada no Direct Hall, onde participou da entrega dos prêmios "Os brasileiros do ano", Gil ainda estava em dúvida sobre ser ou não ministro e disse que não conseguiria sobreviver ganhando apenas R$ 8 mil por mês.
- Não tenho uma poupança que me permita passar quatro anos ganhando R$ 8 mil por mês. Tenho que cuidar da minha carreira, da minha microempresa, da minha família - afirmou.
Hoje, após decidir-se a aceitar o convite, o cantor baiano explicou que trata-se de um momento histórico e, também, de "uma coisa pessoal de colaborar com o presidente com quem tive oportunidade de desenvolver uma amizade".
- Eu disse a ele (Lula): agora eu sou seu operário, você dá as ordens - acrescentou Gil, que contou não ter conversado com Frei Betto, crítico de sua indicação para o Ministério. O cantor, porém, garantiu que está aberto ao diálogo, caso seja procurado.
Gil informou que convidou o ator Sérgio Mamberti, um petista histórico, a participar do Ministério. O futuro ministro da Cultura sugeriu ainda a Lula que ofereça ao PV cargos no Ministério do Meio Ambiente, que funciona no mesmo prédio do Ministério da Cultura.
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