SÃO PAULO - O relatório final da Aeronáutica sobre o acidente com o helicóptero do Grupo Pão de Açúcar, em 27 de junho do ano passado, que culminou com a morte da modelo Fernanda Vogel e do piloto Ronaldo Jorge Ribeiro foi divulgado ontem pela Associação Brasileira de Parentes e Amigos das Vítimas de Acidentes Aéreos.
Entre as causas verificadas na investigação estão várias falhas na atuação do piloto e procedimentos de segurança não cumpridos pela empresa Flylight Comercial Ltda, proprietária do helicóptero e ligada ao Grupo Pão de Açúcar. O empresário João Paulo Diniz, namorado de Fernanda, e o co-piloto Luiz Roberto Cintra se salvaram nadando.
Segundo o relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), a aeronave decolou do heliporto do Pão de Açúcar, no Centro, para Maresias, sem plano de vôo e nenhum contato com os órgãos de tráfego aéreo. Também não foi discutido nenhum plano de emergência entre tripulação e passageiros.
Segundo o Cenipa, a tripulação desconhecia as condições meteorológicas no litoral, que eram desfavoráveis.
Não havia a bordo coletes salva-vidas. Um dos fatores que contribuíram para o acidente foi o psicológico da tripulação. De acordo com o relatório, o piloto acreditou que poderia cumprir a missão, a despeito das condições adversas.
Segundo o Cenipa, a influência do meio ambiente também contribuiu para o acidente: “a superfície escura do mar, associada à presença de chuva, dificultou percepção do piloto no tocante à altura da aeronave em relação à superfície da água”.
Ainda no relatório, investigadores do Cenipa ressaltaram que possível desgaste físico dos pilotos pode ter contribuído para o acidente. No momento do acidente, a tripulação já somava mais de 10 horas de jornada de trabalho.
O advogado Antônio José Ribas Paiva, que defende a família do piloto Ribeiro, entrou com ação de danos morais e materiais na 20ª Vara Cível contra o Grupo Pão de Açúcar, ainda em andamento.
- O piloto ganhava R$ 14 mil. Hoje, a mulher dele recebe R$ 1.200 do INSS. Precisa de reparação. Levamos em conta a expectativa de vida de Ribeiro (70 anos) para pedir indenização - afirmou.
Segundo ele, o Pão de Açúcar fez acordo com advogados de Fernanda e fechou em R$ 3 milhões.
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