Agricultura

Agricultores da Região Sul do Maranhão investem na produção de cebola

Divulgação/Sagrima

Atualizada em 27/03/2022 às 12h02

BALSAS - O município de Balsas, conhecido como grande produtor de soja, está se destacando, atualmente, com a produção de cebola. A previsão é de que em novembro os proprietários da Fazenda Cajueiro encerrem a colheita com cerca de 2.750 toneladas de cebola. O plantio foi iniciado em maio, deste ano, numa área de 42,5 hectares.

O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Cláudio Azevedo, afirmou que os produtores maranhenses estão diversificando a produção e apostando em outras culturas. "Outro cultivo que vêm se destacando no Maranhão é o de milho, principalmente aquele chamado safrinha, que sucede ao plantio de soja", explicou ele, informando que, apesar da estiagem enfrentada pelo Maranhão, devem ser colhidas 1.331.400 toneladas do grão, representando um aumento de 82% em relação ao que foi produzido no ano passado.

E foi justamente no período que não chove que os proprietários da fazenda viram a oportunidade de desenvolver uma estratégia de praticar uma atividade agrícola com valor agregado, buscando oportunidades no mercado. "A cebola encaixa neste perfil de produto com alto valor e ideal para cultivo no período sem chuvas. O Maranhão, assim como o Piauí e o Pará, é importador de cebola. Estudamos o mercado, encontramos parceiros certos que precisam do produto para abastecer seus mercados e Ceasas e fomos trabalhar", contou Daniel Grolli, que, ao lado do pai, Idone Grolli, apostou na diversificação do plantio na fazenda, que também planta soja e milho.

A cebola plantada na Fazenda Cajueiro está sendo vendida em Belém, São Luís, Recife e Fortaleza. Para o cultivo da cebola, eles investiram em equipamentos de irrigação do tipo gotejamento e adquiriram diversos insumos agrícolas especiais vindos da Região de Petrolina, no Pernambuco, como as sementes, adubos e defensivos.

Os primeiros talhões colhidos atingiram produtividade de 70 toneladas por hectare, surpreendendo os produtores que tinham uma expectativa de alcançar uma média de 55 toneladas. "Acreditamos que este incremento se deu devido ao uso correto de tecnologia em adubação e na escolha das sementes híbridas de alta tecnologia", acredita Daniel Grolli. A família Grolli vai continuar investindo no plantio de cebola para, segundo Daniel Grolli, "diluir o investimento ao longo dos anos".

Eles acreditam que a região de Balsas tem potencial para se tornar um grande polo produtor de hortaliças e frutas. "Mas, para isso, temos que manter a oferta todos os anos e esperamos que outros agricultores vejam a mesma oportunidade que nós identificamos e, também, invistam neste segmento", avalia o produtor.

O município de Balsas é rota de caminhões que diariamente seguem para as Regiões Norte e Nordeste do Brasil. "A logística é vantajosa. Já começamos o estudo de viabilidade de outras culturas, como o mamão, limão, beterraba, cenoura e tomate", revelou.

Na safra agrícola de 2012, o Brasil produziu 1.319.402 toneladas de cebola. Os principais estados produtores são Bahia, Goiás, Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A estimativa de consumo nacional em 2013 é de 110 mil toneladas por mês.

O cultivo de hortaliças se caracteriza pelas atividades manuais, gerando diversos empregos diretos. No caso da Fazenda Cajueiro foram gerados 60 empregos diretos para cultivar 42,5 hectares no período de seis meses.

Incentivos

Os produtores estão negociando com o governo estadual alternativa para aumentar a competitividade do estado na produção e comercialização da cebola para incentivar o setor.

Temas como esse têm pautado as reuniões das câmaras setoriais criadas pela Sagrima. Em setembro deste ano, foi reativada a Câmara Setorial de Fruticultura e Horticultura do Maranhão. "Esse é um espaço de discussão de estratégia de fortalecimento de cadeias produtivas, coordenadas pela Sagrima e com a participação efetiva de entidades ligadas à produção rural, além de cooperativas de produtores", explicou Cláudio Azevedo.

Outra estratégia de fomentar a fruticultura e horticultura no Maranhão que está sendo utilizada pela Sagrima é a distribuição de 508 kits de irrigação com a utilização de sistema de gotejamento e micro aspersão, destinados ao cultivo de frutas e hortaliças, além da distribuição de 766 quilos de sementes de hortaliças que foi feita no primeiro semestre deste ano.

Em parceria com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), mais 300 kits de irrigação foram doados a 300 famílias de agricultores familiares em 15 municípios, para o cultivo de hortaliças em pequenas áreas.

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