SÃO LUÍS - No ano passado, 350 estabelecimentos foram inspecionados na Região Tocantina mediante denúncias de mão de obra escrava. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, mais de três mil trabalhadores foram resgatados. Devido a esses índices alarmantes, Açailândia vai receber o Centro de Referência de Direitos Humanos para o enfrentamento a situações análogas à escravidão. O projeto é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Direitos Humanos (SEDIHC), e visa combater todas as violações aos direitos humanos na região.

Em reunião realizada na sede do Centro de Defesa à Vida de Açailândia, nesta sexta-feira (12), a comitiva da SEDIHC, composta pelo secretário, Sergio Tamer; a coordenadora do projeto, Rosângela Rosa; e equipe de apoio, articulou a sociedade civil e entidades para contribuir com o espaço.

"Essa visita visa estabelecer parceria para fortalecer as ações voltadas para os direitos humanos. O Centro é uma reivindicação da população local", sinalizou o secretário. "Vai ser de muita importância pra gente, é mais uma vitória na luta pelos nossos direitos", reforçou a representante da Pastoral da Criança, Maria do Socorro Silva

Antônio Lima Filho, representante do Fórum de Enfrentamento ao Trabalho Escravo do Maranhão (Forem), presente à ocasião, destacou que o trabalho escravo é um problema grave na área e que por isso, o "Centro de Referência será um grande apoio para a erradicação dessa situação no Estado", avaliou.

Para a coordenadora do projeto é preciso discutir e acompanhar a implantação do Centro, que contará com uma equipe jurídica, social e psicológica, para a participação efetiva da comunidade. "Temos que fazer o atendimento e interferir nos casos para que não exista a possibilidade de reincidência."

Na quinta-feira (11), Imperatriz recebeu a equipe de articulação. A cidade também irá ter um Centro de Referência. A previsão é que os dois Centros da Região Tocantina sejam entregues até o fim do mês de março.

O Centro de Referência vai atuar no atendimento, acompanhamento e monitoramento a todas as violações dos direitos humanos. "Será um local que servirá, sobretudo, como uma Central de denúncias," afirmou Rosângela Rosa, que citou a possibilidade da criação de um Comitê, formado por todos os parceiros, para construir um trabalho de planejamento e implementação do Centro.

As informações da SEDIHC.

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