Fusqueiro viajante

Maranhense desbrava belezas do Estado viajando em fusca equipado com cama e fogão

Sinaldo Rodrigues, o "fusqueiro viajante", realiza sonho mesmo com grana curta.

Neto Cordeiro/Na Mira

Atualizada em 27/03/2022 às 11h02

SÃO LUÍS – O sonho do maranhense Sinaldo Rodrigues (@_novoamanha) há muito tempo é dar uma volta pelo mundo em um motorhome. No entanto, esta era uma ideia para o futuro, segundo ele, quando tivesse com seus 50 ou 60 anos, além de uma boa condição financeira para se manter na estrada.

Veio a pandemia de Covid-19 e diante de tantas perdas, entre familiares e amigos, o vendedor de Alto Alegre do Maranhão, de 36 anos, após muitas reflexões sobre a vida, resolveu transformar este momento obscuro em combustível para uma vida nova. E bota combustível nisso porque a viagem é por todo o Maranhão a bordo de um fusca azul de 1974, desbravando, especialmente, as belezas naturais do Estado.

Numa terça-feira, 22 de junho, Dia Mundial do Fusca, ele tomou a partida para desbravar os 217 municípios maranhenses, com um orçamento vindo de pequenos patrocínios, em torno de R$ 250 de cada empresário. Além disso, o maranhense vendeu alguns pertences para conseguir somar um valor maior. Para seguir viagem com um mínimo de conforto, ele também precisou realizar adaptações no carango, que tem fogão a gás, bagageiro no teto e até cama, ou seja, uma espécie de mini motorhome.

Sinaldo conversou com o Imirante.com nesta quinta-feira (29), quando ele soma aproximadamente 4 mil km rodados, concluindo um roteiro de cerca de 20 cidades. Entre os locais já visitados e divulgados em redes sociais, estão São Mateus, Miranda, Matões, São Luís, Alcântara, São José de Ribamar, Morros, Axixá, Santo Amaro, Barreirinhas, Primeira Cruz e Tutoia. Ainda falta muito pela frente. “Aonde eu chego o fusca chama muita atenção. Duas perguntas que respondo todo dia: ‘de que ano é o fusca?’ e ‘você tá vindo de onde?’”, revela o “fusqueiro viajante”, como Sinaldo se intitula.

Inicialmente, a viagem foi pensada para ser finalizada em um mês, mas o maranhense acabou estendendo mais o trajeto já que optou por ficar um pouco mais em cada município, até para mostrar não só os pontos positivos, mas as necessidades de cada canto do Maranhão. “Rodo dentro da cidade, vou no interior e tudo mais. Demoro muito em cada cidade”, relata.

Segundo ele, o maior perrengue até o momento aconteceu no município de Primeira Cruz, onde fica a Lagoa do Cassó. “Quando fui a Cassó, conheci uma estrada que dá pra lá e tentei encarar. Fiquei sem combustível na volta, mas encontrei uma casa que vendia. A moça me vendeu dois litros. Esse foi o maior perrengue que tive”, destaca, acrescentando que o preço da gasolina foi um dos fatores que mais contribuiu para que a grana voasse em pouco tempo. Agora, ele conta de ajuda de alguns amigos para continuar se mantendo firma na aventura.

Sinaldo ainda afirma que não se deparou com nenhum problema mecânico que trouxesse muita dor de cabeça. Para ele, o que tem sido mais complicado é encontrar banheiro, tomar banho e lavar as roupas. “Essas coisas corriqueiras que a gente tem em casa e não valoriza. Quem tá na estrada valoriza muito”, diz.

A viagem é toda registrada nas redes sociais do alto-alegrense. Entre os planos futuros está a produção de um e-book com toda a história do “fusqueiro viajante” pelo Maranhão e também a criação de um site para vender souvenirs personalizados e garantir uma renda para novos roteiros pelo Brasil e pelo mundo.

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