São João 2019

Dia Nacional do Bumba Meu Boi é celebrado nesta terça (25)

Apresentações de grupos folclóricos fazem homenagem à data, no Arraial da Praça Maria Aragão.

Na Mira, com informações da Agência São Luís

Atualizada em 27/03/2022 às 11h12
A programação contempla os cinco sotaques da manifestação maranhense.
A programação contempla os cinco sotaques da manifestação maranhense. (Foto: Adriano Soares/Imirante.com)

SÃO LUÍS - Nesta terça-feira (25), Dia Nacional do Bumba Meu Boi, os sotaques tradicionais da cultura maranhense serão representados pelo Boi de Matraca Famosão de Humberto de Campos, Boi de Zabumba da Fé em Deus, Boi de Orquestra Lendas e Magias, Boi da Baixada Oriente e Boi de Orquestra Brilho da Juventude que se apresentarão no Arraial da Praça Maria Aragão.

A programação da noite tem ainda o Grupo de Dança Lelê de São Simão e show no palco principal com o cantor Michel Wesley. Na Arena do Forró, as atrações foram Grupo Baião do Mará, Mikael Prata e Forró do Xeleléu..

Na quarta-feira (26), as apresentações ficam por conta da Dança do Boiadeiro Gibão de Ouro, Grupo Alternativo Companhia Batuk, Boi de Orquestra de São Simão, Boi de Orquestra Encanto do Olho d'Água, Boi da Baixada União da Baixada e Boi de Matraca de São José de Ribamar. Viviane Brasil fará o show da noite e, na Arena do Forró, os frequentadores serão animados pelo Grupo Filhos da Terra e Forró Encaixotado.

SOTAQUE DO SÃO JOÃO

A programação do Arraial da Praça Maria Aragão contempla os cinco sotaques do bumba meu boi do Maranhão - matraca, zabumba, orquestra, costa de mão e baixada - que encantam o público e fazem parte de diversidade cultural do estado. O de matraca é chamado assim porque seus integrantes costumam utilizar a matraca, que são dois pedaços de madeira. Músicos da brincadeira também usam o pandeiro rústico, o que ajuda a cadenciar o ritmo da apresentação.

O costa de mão, muito cultivado na região de Cururupu, tem um ritmo cadenciado ao som de pandeiros tocados com as costas das mãos, caixas e maracás. "Para manter a brincadeira é preciso ter uma base familiar. É isso que ainda a fortalece e a mantém viva, pois apesar de ser um ritmo que encanta o público, corre sério risco de desaparecer, pois faltam incentivos culturais e valorização para manter o sotaque por mais tempo ativo na tradição do bumba meu boi do Maranhão", declara o presidente do Boi Brilho da Sociedade de Cururupu, Eliezer Gomes Martins.

Segundo ele, em todo o Estado, há somente seis grupos que ainda utilizam o sotaque costa de mão na ativa, sendo quatro bois em Cururupu e dois em São Luís. Apesar da dificuldade de manter a tradição, o sotaque encontra admiradores em grupos alternativos da cultura, como acontece com a Companhia Encantar. Segundo a madrinha da brincadeira, Ana Luíza Aranha, o estilo foi o escolhido para receber uma homenagem em 2019. "Achamos importante manter preservados todos os sotaques que existem em nosso estado", explica brincante.

O sotaque de zabumba tem origem no município de Guimarães. "É um estilo quem vem por conta da não existência de instrumentos na cidade na época em que criamos a brincadeira. Antes, ele era chamado de Boi de Caixa. Pelo que sei, há poucos grupos que ainda sobrevivem ao tempo, como o Fé em Deus e o do Fausto. A maioria do povo só que saber é de orquestra, pelo que vejo", afirma o amo e presidente do Boi de Leonardo, João Vieira.

Por sua vez, o boi de sotaque de orquestra vem da região do Munim e utiliza instrumentos de sopro e corda. É um ritmo seguido pela maioria dos grupos de bumba meu boi do Maranhão e faz muito sucesso com o público, como é o caso do Boi Meu Tamarineiro, que também se apresentou no palco das atrações do Arraial da Praça Maria Aragão.

Já o sotaque da baixada, que utiliza pandeiros e matracas, tem como outra característica a presença dos Cazumbas, espécie de bicho e homem que circula por entre os brincantes e leva um ar de mistério às apresentações. "O sucesso do personagem é tão grande que não há brincadeira do estilo que não tenha os seus", informa Nadir Cruz, presidente do Boi da Baixada de Apolônio da Floresta.

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