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Em “Chão de Giz”, Zé Ramalho conta a história de uma paixão de juventude

O cantor fará show em São Luís, no dia 17 deste mês, no estacionamento interno do Shopping da Ilha (Maranhão Novo).

Imirante, com informações da assessoria

Atualizada em 27/03/2022 às 11h15
(Foto: Divulgação)

É inegável que o repertório do paraibano Zé Ramalho é digno de se tirar o chapéu. São músicas com letras que, geralmente, contam uma história que aconteceu com ele. Uma delas, “Chão de Giz”, nunca podem faltar nos shows que o artista apresenta por onde quer que passe e o fará em São Luís, no show marcado para o dia 17 deste mês, no estacionamento interno do Shopping da Ilha (Maranhão Novo).

Chão de giz, vamos combinar, é realmente espetacular! Mas, principalmente, por contar uma história verídica que aconteceu com ele na juventude. Ainda jovem, o compositor teve um caso duradouro com uma mulher bem mais velha que ele, casada com uma pessoa bem influente da sociedade de João Pessoa, na Paraíba, onde ele morava. Ambos se conheceram no Carnaval.

Zé ficou perdidamente apaixonado por aquela mulher, que jamais abandonaria um casamento para ficar com um “garoto pé-rapado”, que ela apenas “usava”. Assim, o caso que tomava proporções enormes foi terminado. Zé Ramalho ficou arrasado por meses, mudou de casa, pois morava perto dela e, nesse ínterim, compôs “Chão de Giz”.

Então, vamos destrinchar a letra:

“Eu desço desta solidão e espalho coisas sobre um chão de giz”: um de seus hábitos, no sofrimento, era espalhar pelo chão todas as coisas que lembravam o caso dos dois. O chão de giz indica como o relacionamento era fugaz.

“Há meros devaneios tolos, a me torturar”: devaneios e lembranças da mulher torturando ele.

“Fotografias recortadas de jornais de folhas amiúde”: outro hábito de Zé Ramalho era recortar e admirar todas as fotos dela que saiam nos jornais (lembrem-se, ela era da alta sociedade, sempre estava nas colunas sociais).

“Eu vou te jogar num pano de guardar confetes”: pano de guardar confetes são balaios ou sacos típicos das costureiras do Nordeste, nos quais elas jogam restos de pano, papel, etc. Aqui, Zé diz que vai jogar as fotos dela nesse tipo de saco e, assim, esquecer as fotos para sempre.

“Disparo balas de canhão, é inútil, pois existe um grão-vizir”: ele tenta ficar com ela de todas as formas, mas é inútil, pois ela é casada com um homem muito rico.

“Há tantas violetas velhas sem um colibri”: aqui, ele utiliza uma metáfora. Há tantas violetas velhas (como ela, bela, mas velha) sem um colibri (um jovem que a admire). Dessa forma, ele tenta, novamente, convencê-la apelando para a sorte dela, mesmo sendo velha (violeta velha), ela pode, se quiser, ter um colibri (jovem).

“Queria usar, quem sabe, uma camisa de força ou de vênus”: este verso mostra a dualidade do sentimento de Zé Ramalho. Ao mesmo tempo que quer usar uma camisa de força para se afastar dela, ele também quer usar uma camisa de vênus para transar com ela.

“Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro”: novamente, ele invoca a fugacidade do amor dela por ele, que o queria apenas para “gozar o tempo de um cigarro”. Percebe-se o tempo todo que ele sente por ela um profundo amor e tesão, enquanto é correspondido apenas com o tesão, com o gozo que dura o tempo de se fumar um cigarro.

“Nem vou lhe beijar, gastando assim o meu batom”: para que beijá-la, se ela quer apenas o sexo?.

“Agora pego um caminhão, na lona vou a nocaute outra vez…”: novamente, ele resolve ir embora, após constatar que é impossível tentar. Entretanto, apaixonado como está, vai novamente à lona, expressão que significa ir a nocaute no boxe, mas também significa a lona do caminhão, com o qual ele foi embora – ele teve que sair de casa para se livrar desse amo doentio.

“Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar”: amor inesquecível, que acorrenta.

“Meus vinte anos de ‘boy’ – that’s over, baby! Freud explica”: ele era bem mais novo que ela. Ele era um boy, ela, uma dama da sociedade. Freud explica um amor desse. Complexo de Édipo, talvez?

“Não vou me sujar fumando apenas um cigarro”: ele não se sujar transando mais uma vez com ela, pois agora tem consciência de que nunca passará disso.

“Quanto ao pano dos confetes, já passou meu carnaval”: eles se conheceram em um Carnaval. Voltando a falar das fotos dela, que iria jogar em um pano de guardar confetes, ele consolida o fim, dizendo que já passou seu Carnaval (fantasia), ou seja, passou o momento.

“E isso explica porque o sexo é assunto popular”: aqui, ele faz um arremate do que parece ter sido apenas o que restou do amor dele por ela (ou dela por ele): sexo. Por isso, o sexo é tão popular, pois apenas ele é valorizado.

“No mais, estou indo embora”: assim encerra-se a canção. É a despedida de Zé Ramalho, mostrando que a fuga é o melhor caminho e uma decisão madura).

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