Arte Urbana

Pela primeira vez, Eduardo Kobra faz um mural no Maranhão

O conhecido artista urbano brasileiro inicia um mural em São Luís nesta sexta-feira (8), data em que a capital do Maranhão faz 405 anos de história.

Na Mira, com informações da assessoria

Atualizada em 27/03/2022 às 11h22
Eduardo Kobra em frente à sua obra em Carrara, na Itália.
Eduardo Kobra em frente à sua obra em Carrara, na Itália. (Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS - O muralista Eduardo Kobra inicia, nesta sexta-feira (8), data de aniversário de 405 anos de São Luís, sua primeira obra no Maranhão. Com 33,30 metros de comprimento por 10,3 metros de altura, o mural será feito na parede lateral do Empório Fribal (av. dos Holandeses s/n, na Ponta da Areia). Apesar da proximidade da data, o artista ainda não definiu o conteúdo da obra: “Mergulhei durante algumas semanas na rica cultura maranhense e ainda estou em dúvida entre algumas opções. Vou decidir hoje mesmo, depois de ter caminhado um pouco pela cidade”, conta o internacionalmente conhecido artista, que tem obras em diversos países, como Estados Unidos, França, Inglaterra, Malawi, Suécia, Japão, Emirados Árabes Unidos, Holanda, Itália, Polônia, Rússia, México, Taiti, Espanha e Portugal. Kobra chegou a São Luís na tarde de ontem, dia 7.

Kobra entregou no dia 2 de agosto, na cidade de Bristol, na Inglaterra, o mural “Imagine”, inspirado em John Lennon (Liverpool, 9 de outubro de 1940 – Nova York, 8 de dezembro de 1980). Com 16X16 metros, a obra, que consumiu 300 latas de spray, foi realizada por Kobra de 25 de julho a 1 agosto, todos os dias das 8h às 21h. Kobra viajou a Bristol a convite do UpFest – The Urban Paint Festival, considerado o maior evento de arte urbana da Europa.

Antes, da Inglaterra, Kobra fez, de 17 a 24 de julho, em Boulogne-sur-Mer (Bolonha-sobre-o-Mar), na França, dois murais – um de 15X10metros e outro com 17X13metros - que conversam entre si. Um dos painéis mostra Claude Monet (14 de novembro de 1840, em Paris, a 5 de dezembro de 1926, Giverny) pintando e segue a linguagem dos murais do artista brasileiro sobre personalidades que inspiraram a paz e a arte. O segundo mural traz a pintura “Mulher com Sombrinha” (1875), também conhecida como “Madame Monet e o filho”, de Monet, e reproduz “fielmente” a obra do grande impressionista. Juntos, os murais receberam o nome de “Família Monet”.

A primeira etapa da recente viagem de Kobra à Europa aconteceu de 9 a 15 de julho, em Sandefjord, na Noruega, onde pintou, a convite da Art for All in the World, um novo mural “Etnias – Todos Somos Um”, mesmo título da obra feita em 2016 no Boulevard Olímpico, no Rio de Janeiro, para destacar a importância do respeito à diversidade. “Optei por esse tema porque é hoje cada vez mais importante falar, falar novamente e insistir mais ainda sobre a importância do respeito à diversidade de povos, culturas, raças e religiões” diz o artista, que colocou no mural personagens que simbolizam a Oceania, Europa, América, África e Ásia.

Sobre Eduardo Kobra

Eduardo Kobra é um expoente da neo-vanguarda paulistana. Começou como pichador, tornou-se grafiteiro e hoje se define como muralista. Seu talento brota por volta de 1987, no bairro do Campo Limpo com o pixo e o graffiti, caros ao movimento Hip Hop, e se espalha pela cidade e pelo mundo. Com os desdobramentos que a arte urbana ganhou em São Paulo, ele derivou - com o Studio Kobra, criado em 95 - para um muralismo original - inspirado em muitos artistas, especialmente os pintores mexicanos e norte-americanos, beneficiando-se das características de artista experimentador, bom desenhista e hábil pintor realista. Suas criações são ricas em detalhes, que mesclam realidade e um certo "transformismo" grafiteiro.

No final do mês de junho, Eduardo Kobra lançou em São Paulo o primeiro livro sobre sua trajetória. Editado pela Arte Ensaio, “Kobra” traz muitos dos murais feitos pelo artista no Brasil e no Exterior, entre 2013 e 2016. Além das fotos das obras, o livro tem textos de Celso de Campos Jr. sobre como foram concebidas cada uma dessas obras.

Segundo Kobra, esse não é um livro autobiográfico, mas um olhar sobre seu trabalho. “O livro faz um recorte na minha trajetória mais recente, especialmente sobre as os murais que destacam as pessoas que contribuíram para a paz e a arte no Planeta, referências de que todos nós necessitamos”, conta o artista.

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