Música

Loopcínico: diálogo de ritmos do Maranhão e Pará

Idealizado pelo músico Luíz Claúdio, o disco será lançado dia 23, na Mostra Terruá Pará.

Pedro Sobrinho / Na Mira

Atualizada em 27/03/2022 às 12h06

Sai pelo selo Ná Music, de Belém, o álbum Loopcínico, projeto idealizado pelo percussionista Luiz Cláudio e propõe o diálogo entre os ritmos do Maranhão e do Pará. Em um faixa a faixa na edição desta quinta-feira (4), no Plugado, na Mirante FM, Luiz Cláudio falou da concepção do disco e dos projetos para divulgação dele dentro e fora do Maranhão.

Questionado do significado do "Loopcínico", o músico disse que o nome foi sugerido pelo cantor e compositor Zeca Baleiro. Embora tenha admiração pela obra de Lupiscínio Rodrigues, o título do álbum, segundo Luiz, não se trata de uma reverência ao artista, mas sim ao 'loop' da música eletrônica e o jeito "cínico" encontrado por ele, Beto Ehongue e Lobo Siribeira (Luís Lobo) de pesquisar os ritmos originários dos dois estados e construir uma sonoridade que remonta de maneira contemporânea à história musical e ancestral de índios, negros e brancos nos trópicos.

- Para se construir essa ponte sonora entre os Estados do Maranhão e do Pará, Loopcinico se serve de matracas e zabumbas do bumba meu boi, caixas do divino, tambores de mina e crioula, blocos tradicionais e tribos de índio do Maranhão combinados ao molho das guitarradas e carimbós do Pará. Enfim, adotamos um processo pouco comum, quebrando a ideia de que o ritmo tem de ficar por trás da letra - enfatiza Luiz Claudio.

Simbiose

A poliritmia dos tambores e maracás gravados por Luiz Cláudio é o motor deste barco sonoro que cruza os rios e igarapés carregando iguarias de efeitos e programações eletrôniscas de Beto Ehongue, temperos de letras e voz de Lobo Siribeira, que assina todas as letras e age mais como um instrumento do que um band leader. Entre as criações de Lobo destaca-se "Calma Cara, um autêntico boi de zabumba: Quê que é isso, brother, relaxa/Eu não quero ter razão, eu quero é ser feliz/O meu boi da cara preta não tem medo de careta/ o meu boi da careta preta tem medo de Picareta", considerada o "single" do disco, além do banho de ervas de sintetizadores de Thiago Albuquerque e guitarradas paraenses de Luiz Felix Robatto.

Lançamento

Loopcínico será lançado no dia 23 julho no projeto Terrua Pará, uma realização da Fundação Paraense de Radiodifusão – FUNTELPA com o apoio da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves – FCPTN e tem como objetivo geral criar a possibilidade aos artistas residentes ou nascidos em todo o Estado do Pará de fazerem parte da Mostra Musical. O Loopcínico dividirá o palco nesse dia com os grupos Strobo, Manari, Madame Saatan, Som de Pau Oco e Cronistas de Rua.

A Mostra Terruá Pará de Música 2013 ocorrerá entre os dias 14 de maio e 30 de julho, sempre às terças-feiras, no teatro Margarida Schivasappa, com entrada gratuita. Os 72 artistas que passarão pelo palco foram selecionados entre os mais de 360 músicos que inscreveram seus trabalhos para concorrer a uma vaga no grande show do Terruá Pará 2013. Após os shows, 12 desses artistas serão escolhidos por uma comissão julgadora para rodar 5 capitais brasileiras difundindo e propagando a nossa música paraense.

Download

Além da participação no Terrua Pará, Luiz Cláudio afirmou que serão realizados mais dois shows no Pará no mês de julho. O músico disse, ainda, que o Loopcínico estará disponível na internet, em uma ação da Ná Musica, a Tratore, em parceria exclusiva com a Rdio, cujo objetivo é divulgar os sons produzidos na Amazônia.

Loopcínico traz oito faixas, produção de Luiz Cláudio e dos paraenses Thiago Albuquerque e Luiz Félix Robbato. Enfim, um disco conceitual para gringo, brasileiro, especialmente o maranhense, se permitir a uma audição.

Foto: Paulo de Tarso Jr. / Imirante.com

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