PH Revista: Isabele Cutrim cada vez mais bela

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A melhor herança

Ainda hoje está na minha lembrança uma campanha publicitária lançada pela Fundação Itaú Social cujo mote era: “Leia para uma criança”. E complementava: o gostar de ler é o início de uma história cheia de descobertas e aprendizagens na vida. E tudo começa quando você abre um livro para ela.

Não poderia haver iniciativa melhor. Lembro que minha mãe sentava ao lado de minha cama de menino e me abria o universo dos grandes contos infantis, e que eu a ouvia encantado, até que o sono chegasse, povoado de príncipes, rainhas, cavaleiros, damas e mais um milhão de personagens que me povoavam o sonho.

Muitos anos depois, estando em Paris, ouvi de meu saudoso amigo Napoleão Sabóia, jornalista correspondente de grandes jornais do Brasil, que ele tinha um compromisso sagrado todas as noites: ler para os filhos Bruno e Antonio livros que contavam histórias simples e belas. Eles não adormeciam sem escutá-las, quer fosse uma noite de verão, quer lá fora caísse mansamente a neve.

Há pouquíssimos anos estive em Paris e participei de uma cerimônia que celebrava justamente a leitura dos pais para os filhos, organizada por uma instituição que era dirigida por ninguém menos que o secretário perpétuo da Academia Francesa, meu saudoso amigo Maurice Druon, tetraneto do escritor maranhense Odorico Mendes.

Nada era solene. No pavilhão ao lado do jardim serviam-se acepipes cordon bleu, acompanhados por vinhos, champanhes, uísques, nada que diferenciasse a ocasião de uma festa parisiense elegante.

“A leitura é uma amizade”, dizia Proust. Ao que acrescento que é mais do que isso. É um vínculo profundo entre os seres humanos. Tenho nesta sala onde escrevo dezenas de fotografias de família. Numa delas se vê minha mãe lendo para seus filhos histórias infantis.

Cresci assim, numa casa onde todos liam, ou ao menos acompanhavam em discos long play histórias para crianças. Não havia distração maior do que escutá-las, nem alegria melhor do que comentar os textos lidos ou ouvidos, com minha mãe ou com o meu pai, que era leitor de Anatole France e Marcel Proust.

Lembro que certa vez, durante uma visita do meu pai a São Luís fui com ele conhecer a Livraria Moderna. Ele não se limitou a apresentar-me as prateleiras sortidas de obras literárias para todas as idades. Comprou, para cada um de seus dez filhos, livros que recebemos encantados.

Poucas heranças são maiores do que essa.

Reviravolta

Não faz muito tempo, o escritor e jornalista Ruy Castro fugiu dos comentários sobre temas atuais, como a possível CPI do INSS, e fez uma observação original: “Os rapazes brasileiros estão deixando de andar com o boné com a aba para trás. De repente, voltaram a usá-los com a aba para a frente”. 

É o fim de uma tendência importada dos Estados Unidos, que o autor afirma não ter encontrado sentido.

A observação do jornalista foi só para mostrar que as modas se vão, sem aviso ou explicação, e a gente segue a fila, pois precisamos do respaldo da maioria até para usar boné.

Eleição na CBF

Nomeado, por decisão judicial, interventor da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), após o afastamento de Ednaldo Rodrigues, Fernando Sarney assinou ontem  o Edital de Convocação para novas eleições para a presidência da entidade.

O ato será publicado hoje e a votação está marcada para o dia 25 de maio, um dia antes da apresentação e primeira convocação de Carlo Ancelotti como novo técnico da Seleção.

De acordo com o edital, serão escolhidos, além do novo presidente, oito vice-presidentes, três membros efetivos e mais três suplentes do Conselho Fiscal para exercício dos mandatos do quadriênio de 2025/2029.

O processo para registro das chapas concorrentes será entre este próximo domingo, 18, e a terça-feira, 20.

O documento assinado por Fernando Sarney ainda diz que a condução do processo eleitoral “ficará sob responsabilidade da Comissão Eleitoral Apartada e Independente”.

A Assembleia Geral Eleitoral será no dia 25.

Chegada de Ancelotti

No dia 26, chega ao Brasil o novo treinador da seleção masculina de futebol contratado pela CBF.

Aliás, não sei se Carlo Ancelotti tomou vinho quando morava em sua Emilia-Romagna natal. Afinal, com 20 anos, ainda jovem, já estava jogando no Roma. Mas dá pra presumir que, nos anos 1970, um garoto do interior da Itália bebeu uma bebida entre os itens básicos da refeição. E o lugar onde nasceu, Reggiolo, é propício para o brinde com um tipo de vinho super popular no Brasil, o Lambrusco.

Não sei se Lambrusco é um tipo de uva (com diversas variações, como grasparossa, salamino etc.) e um tipo de vinho (normalmente frisante, normalmente feito pelo método charmat, quase sempre tinto, com vários níveis de dulçor – do secco ao dolce.

Ancelotti e o vinho

Existem muitos exemplares industriais, em supermercados, que são meio enjoativos e unidimensionais. Mas há outros que são vinhos francos, feitos com cuidado. Não dá, claro, para esperar vinhos de meditação, complexos ou profundos. São alegres e despretensiosos e vão que é uma beleza com embutidos – mais um ponto forte da Emilia Romagna.

Não é à toa que Ancelotti batizou um de seus livros de “Prefiro a Copa”, que é tanto um torneio quanto um presente que o porco nos dá.

Uma das uvas tintas mais conhecidas da Emília-Romanha é a ancellotta, que até entra em alguns blends de Lambrusco, mas é mais conhecida por protagonizar tintos tranquilos.

Semana S e os 80 anos da CNC

Realizada em todas as unidades das Federações, Sesc e Senac do país, a Semana S ocorre pela primeira vez em São Luís, com uma programação especial neste sábado e no domingo, na Praça Maria Aragão, com atividades diversas, de serviços de saúde a experiências tecnológicas e apresentações culturais promovidas pelo Sesc-MA.

Idealizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e promovida pelo Sistema Comércio: Sesc, Senac e Fecomércio, uma programação comemorativa dos 80 anos da CNC e terá, ainda, escritórios de gestão e inovação, consultorias de imagem, atendimentos de beleza e apresentações culinárias com especialistas do Senac-MA.

Atrações em São Luís

Entre as atrações culturais, um dos destaques será a abertura oficial da temporada 2025 do Balaio de Sotaques, programação tradicional de São João do Sesc Maranhão, que será realizada neste sábado (17) e contará com nomes importantes como o Boi de Nina Rodrigues, Cia Barrica, Boi de Axixá, Boi de Morros e Boi da Maioba.

Já no domingo (18), a Semana S terá apresentações de bandas como Argumento, Tiruliluli e Pindaré-Mirim, além de sessões especiais dos espetáculos “As aventuras do Dindooo: O Musical”, “Pão com Ovo” e do teatro de bonecos com Silvana Cartágenes e Grupo SLZ.

Além dos shows e apresentações, o público terá acesso também às ações de educação e lazer com espaço garantido entre o público.

DE RELANCE

As Quatro Estações do Ano 

Como o título indica, “As Quatro Estações do Ano” (The Four Seasons, 2025) se passa ao longo de quase um ano inteiro, mas pode ser maratonada em um único dia: a minissérie que todo mundo com mais de 50 anos deveria ver, está disponível na Netflix e tem oito episódios de meia hora cada.

Trata-se de uma das séries mais vistas na plataforma de streaming desde sua estreia, em 1º de maio, “As Quatro Estações do Ano” é a modernização do filme homônimo de 1981 dirigido, escrito e estrelado por Alan Alda, que, aos 89 anos, faz uma breve participação especial em um dos episódios. Aliás, o elenco é um senhor chamariz. 

Steve Carell, 62 anos, disputou seis vezes o prêmio Emmy de melhor ator pelo Michael Scott do seriado The Office e concorreu ao Oscar por Foxcatcher (2014). 

Tina Fey, 54, uma das criadoras da minissérie, ao lado de Lang Fisher e Tracey Wigfield, ganhou o Emmy de melhor atriz em comédia pela Liz Lemon de 30 Rock e duas vezes o troféu de atriz convidada por participações no Saturday Night Live, programa no qual ela despontou como roteirista. 

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Talvez esta comédia dramática da Netflix não converse tanto com adolescentes ou com quem tem 20, 30 anos. Mas os cinquentões e os sessentões podem se reconhecer bastante em “As Quatro Estações do Ano”, a despeito de alguns visíveis privilégios da turma de seis amigos retratada na ficção.

Esses seis amigos formam três casais. Dois deles têm os mesmos nomes do filme de 1981: Nick (papel de Steve Carell) e Anne (Kerri Kinney), Jack (Will Forte) e Kate (Tina Fey). O terceiro, Danny e Claudia no original, foi adaptado para os novos tempos: agora é um casal homossexual e inter-racial, Danny (Colman Domingo, já apontado como “o primeiro astro negro gay”) e Claude (o italiano Marco Calvani, que é casado com o ator brasileiro Marco Pigossi). 

A mudança remete a uma piada da série cômica O Estúdio (2025), do Apple TV+, que faz referência à preocupação de produtores da Hollywood atual em montar elencos representativos de diferentes etnias e orientações sexuais – o que muitas vezes pode configurar um quebra-cabeças com soluções complexas ou fáceis demais (como parece ser o caso).

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Jack diz que é normal casais de longa data se sentirem, às vezes, como colegas de quarto. Mas Nick retruca – para ele, a situação é pior:

– Somos como colegas de trabalho em uma usina nuclear. Ficamos sentados na mesma sala a noite toda, monitorando telas diferentes.

A comparação, tão engraçada quanto impiedosa, ilustra um trunfo de “As Quatro Estações do Ano”: eis uma comédia que não é bobinha, mesmo que também seja hábil em investir no humor físico e nas trapalhadas (como na viagem da trupe para um resort tropical ecológico). As situações vividas pelos personagens e seus diálogos podem nos fazer rir, mas no instante seguinte vem à boca um gosto amargo.

A alegria imediata e momentânea convive com uma angústia capaz de ser mais duradoura: será que nós somos assim? Será que vamos ficar assim?

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O anúncio de Nick cria um rebuliço prático e também emocional nos seus amigos. Eles não sabem como lidar com o rompimento de um elo na cadeia social que construíram com tanto carinho ao longo do tempo e, paulatinamente, passam a ver com outros olhos os seus próprios relacionamentos amorosos ou de amizade. 

Os personagens da minissérie tendem a julgar as pessoas e o mundo em geral – a ponto de Danny brincar sobre Jack e Kate: “Reclamar é a versão deles para sexo”. Mas agora cada um, a certa altura e em maior ou menor grau, com ou sem humor, precisará se sentar no lugar do réu.

Por que você não se cuida melhor? Por que você é tão controlador? Por que sou eu que tenho de fazer tudo? Por que você confia tão pouco no meu jeito de fazer as coisas?

Visão Integrativa

São Luís será palco nos dias 14, 15 e 16 de agosto, no Multicenter Negócios e Eventos, do Congresso Brasileiro e Internacional Multidisciplinar – CONBRAIM, que chega à sua 6ª edição consolidado como um dos maiores eventos dedicados à saúde integrativa no Brasil.

Com uma proposta única de integração entre ciência, práticas complementares e inovação, o congresso promove o diálogo entre especialidades, saberes e experiências que contribuem para uma abordagem mais completa e consciente da saúde.

E reunirá profissionais de todo o Brasil, assim como de Portugal, Argentina, Reino Unido, Paraguai, Estados Unidos e Alemanha, que atuam com visão integrativa na abordagem da saúde do paciente para discutir o futuro da ciência, as nova evidências científicas e os desafios que as terapêuticas integrativas enfrentam para a sua prática.

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O CONBRAIM 2025 será um ponto de encontro entre profissionais, estudantes, pesquisadores e especialistas de diversas áreas da saúde, unidos pelo propósito de transformar a forma como se cuida das pessoas. Seja ela da área clínica, acadêmica ou de áreas correlatas, existe uma modalidade de inscrição feita para cada perfil.

O Congresso é coordenado por uma Comissão Executiva presidida pela Dra. Acácia Jordão (nascida em Pernambuco mas há muitos anos radicada no Maranhão) e que tem como coordenadores, o Dr. Renato Leça, a Dra. Karla Tratsk, a Dra. Helena Fraga e a Dra. Karina Koller. E deverá reunir 54 palestrantes médicos, 3 dentistas, 2 nutricionistas, 2 advogados, 2 veterinários, além de psicólogos, farmacêuticos, bioquímicos, etc.

É, sem dúvida, o maior evento integrativo do Brasil com alcance internacional.

Para escrever na pedra:

“A vida não passa de uma oportunidade de encontro; só depois da morte se dá a junção; os corpos apenas têm o abraço, as almas têm o enlace”. De Victor Hugo.

TRIVIAL VARIADO

Inteligência artificial: o filósofo e educador digital baiano André Stangl encantou o público que compareceu à Academia Maranhense de Letras, no fim da tarde do dia 15/05, para ouvir sua palestra “Coescrita com Inteligência Artificial: Criatividade, Ética e Novas Narrativas”.

Em debate: André Stangl é filósofo e educador digital, Doutor em Comunicação  e Coordenador da Oficina de Linguagens Digitais. O debate foi como as IAs estão transformando o ato de escrever; Os limites entre criação humana e máquina; Autoria, ética e o futuro das narrativas digitais. O palestrante fez uma reflexão sobre o presente e o futuro da criatividade!

FPM: a segunda parcela de maio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) será repassada às prefeituras na terça-feira (20). O montante, que corresponde a R$ 1,8 bilhão, é cerca de 46% maior do que o valor repassado no mesmo período do ano passado, quando os municípios de todo o país receberam R$ 1,2 bilhão.

Violência: no Brasil, a taxa de homicídios foi reduzida para 21,2 a cada 100 mil habitantes em 2023. O resultado corresponde a uma queda de 2,3%, em relação ao ano imediatamente anterior. São Paulo é o estado que conta a menor taxa, uma vez que registrou, no período específico, 6,4 homicídios por 100 mil habitantes.

Cidadania: nascido em São Luís, o superintendente do SESI-MA, Diogo Lima, recebeu na manhã de ontem, na Câmara Municipal de Morros o título de Cidadão Morroense. A homenagem é um reconhecimento pelo impacto transformador de seu trabalho à frente da educação e da saúde na cidade, onde o SESI é referência com a Indústria do Conhecimento e um laboratório de robótica montado pelo SESI para os alunos da cidade.

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