
PH: Formatura em Administração
E mais: Bazar solidário
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Retirada de tropas
O que era “fake News” na segunda virou “truth News”, ontem. Literalmente, porque a “pausa” de 90 dias na vigência das tarifas acima de 10% foi uma informação publicada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em sua própria rede que se chama Truth Social.
O episódio equivale a uma retirada de tropas na guerra comercial movida pela Casa Branca.
Se terá mesmo 90 dias, se vai mesmo beneficiar produtos como aço e alumínio – que também ficariam com tarifa de 10% –, ninguém sabe com 125% de certeza, só para citar o número da nova alíquota da China.
A decisão publicada sem detalhamento nem esclarecimentos criou novas incertezas. Mas foi suficiente para pausar também o derretimento nos mercados.
Loteamento de ministérios
A saída do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), já estava acertada há tempo e ocorre agora só para corroborar a justificativa do governo de que seria errado “julgar” alguém antes de eventual denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
O presidente Lula repetiu várias vezes que daria ao ministro o direito de se defender.
O que ele buscava, contudo, era ganhar tempo enquanto o partido de Juscelino acertava internamente a substituição.
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O loteamento de cargos na Esplanada funciona assim. Em troca de votos no Congresso, o partido decide quem irá indicar e quando a nomeação ocorrerá. Neste caso, definiu até como seria a saída. Juscelino foi convencido a pedir demissão, tentando evitar exposição negativa também para o governo.
O Planalto está de olho em estreitar relações com o Congresso, e isso exige fazer concessões a partidos dispostos a apoiarem temas de interesse do Executivo.
A pasta das Comunicações seguirá sob comando do União Brasil. A escolha do novo ministro caberá exclusivamente às lideranças do partido, e já é líquida e certa a escolha do deputado também maranhense Pedro Lucas Fernandes Ribeiro (União-MA).
De volta à Câmara dos Deputados
Com a saída do agora deputado federal e ex-ministro das Comunicações, Juscelino Filho, o deputado federal Ivan Junior (União-MA) vai deixar a Câmara após um mandato de dois meses como suplente.
Ivan assumiu o cargo no dia 1° de janeiro após o deputado federal Dr. Benjamin (União-MA), que era o suplente de Juscelino desde que ele assumiu o Ministério das Comunicações, ser empossado como prefeito de Açailândia, neste estado.
Na eleição de 2022, Ivan teve 6.647 votos (0,18% dos votos válidos), sendo essa a estreia dele na política. Juscelino, por sua vez, foi o quarto candidato mais votado no Estado com 142.219 votos (3,84% dos votos válidos).
Ele assumiu a suplência de Juscelino poucos meses após enfrentar outra derrota eleitoral. Candidatou-se ao cargo de vereador em São Luís e conquistou 1.967 votos (0,34% dos votos válidos). Com o resultado, ele não conseguiu uma das 31 vagas da Câmara de Vereadores da capital maranhense e, assim como em Brasília, se tornou suplente.
Reunião Ordinária do CNPG
O procurador-geral de justiça do Ministério Público do Maranhão (MPMA), Danilo de Castro, participou na última quarta-feira, 9, em Brasília, da 3ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG).
O encontro foi realizado na sede do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), e a reunião, conduzida pelo presidente do CNPG e procurador-geral de justiça do MPDFT, Georges Seigneur, contou com a presença dos chefes dos Ministérios Públicos estaduais e de convidados, e teve como objetivo deliberar sobre temas relevantes para o fortalecimento da atuação ministerial em todo o país.
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Durante o encontro, foram aprovadas as atas da 2ª Reunião Ordinária, realizada em Fortaleza (CE), e da 1ª Reunião Extraordinária, ocorrida em Porto Alegre (RS). Também foram aprovados os anunciados e uma nota técnica apresentada pelo Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH).
Entre os destaques da pauta, houve apresentações sobre iniciativas e ferramentas externas ao aprimoramento da atuação do Ministério Público, como a exposição do Fórum Nacional de Atenção à Saúde Mental, realizada por representantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), e as apresentações da ferramenta Verum e do projeto “STF em Foco”.
Ainda no encontro, foi feita a assinatura de protocolos de intenção voltados ao aperfeiçoamento da atuação institucional em duas frentes prioritárias: a promoção da educação infantil e o enfrentamento à violência doméstica e familiar, com a participação do corregedor nacional do Ministério Público, Ângelo Fabiano Farias da Costa.
DE RELANCE
Jorge Amado, narrador do Brasil
Se a Bahia é reconhecida e querida nacional e internacionalmente, sobretudo de meados do século passado pra cá, deve tudo a Jorge Amado (1912-2001). Muita gente se interessou em conhecer a terra de Gabriela, seu Nacib, Teresa Batista, Vadinho, Dona Flor, Livia, Guma, Tieta, Pedro Bala – e tantos outros personagens que emolduraram a Bahia e nortearam a literatura nacional –, depois de folhear e se encantar com os escritos de Jorge.
Então, para decifrar este universo tão baiano e, ao mesmo tempo, tão brasileiro, o escritor, pesquisador e crítico mineiro Eduardo de Assis Duarte, 74, lança “Narrador do Brasil – Jorge Amado leitor de seu tempo e de seu país”, nesta sexta-feira (11), na Academia de Letras da Bahia.
Essa já é a segunda incursão de Duarte sobre a obra amadiana. Ele também é autor de “Jorge Amado, romance em tempo de utopia” (1996), em que focou nos romances ‘proletários’ dos anos 1930 a 1950, do escritor baiano.
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Para Eduardo de Assis Duarte, a quem este Repórter PH foi apresentado pelo próprio Jorge Amado, a produção amadiana se constitui em verdadeiro patrimônio cultural e tem recebido, neste primeiro quarto do século XXI, um grande volume de novas apreciações para além de leituras canonizadas desde o século passado.
Neste novo trabalho, o crítico se dedica à produção de Jorge Amado como um todo e oferece ao leitor uma visão mais ampla, profunda, humana e complexa para a extensa obra do autor de Mar Morto, que já atravessa seis décadas da nossa história.
“Não me debruço sobre o conjunto das publicações, livro por livro. Faço um recorte e teço relações entre O país do carnaval, Jubiabá, Capitães da areia, Gabriela, cravo e canela, Dona Flor e seus dois maridos, Tereza Batista cansada de guerra, Tieta do Agreste, Tenda dos milagres, além de textos mais curtos, como Quincas Berro D’água e O compadre de Ogum. Mas procuro destacar algumas constantes e opções construtivas que atravessam seus escritos”, salienta o autor mineiro.
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Pesquisador com publicações sobre Machado de Assis, Conceição Evaristo, Itamar Vieira Junior e outros autores modernos e contemporâneos, Duarte parte do pressuposto de que as transformações experimentadas pela vasta obra de Jorge Amado o tornaram, antes de tudo, um leitor de seu tempo e de seu país.
“Jorge Amado é, sem dúvida, um dos grandes responsáveis pela formação de um público leitor para a literatura brasileira, e isto não é pouco. Não é a todo momento que um romancista consegue a proeza de ter milhões de receptores para um único livro, como Capitães da areia, por exemplo. E isto não apenas entre nós, mas também no exterior, já que está traduzido em 49 idiomas e é lido e estudado em inúmeros países, dos Estados Unidos ao Vietnam”, explica Eduardo.
Em Narrador do Brasil, o crítico mineiro quer evidenciar ainda o escritor comunista que, paradoxalmente, defende a liberdade religiosa, o feminismo, sempre atento ao direito ao corpo, e o ‘negritudinista’ que, pela primeira vez na literatura brasileira, coloca o negro como herói.
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Eduardo lembra ainda que Jorge é um observador atento de seu tempo e de seu país, como já prescrevera Machado de Assis no século XIX. “Um produtor de ficção cuja percepção evoluiu rumo a um entrelugar privilegiado que lhe permite um olhar plural, múltiplo, atento aos dramas sociais provocados pela opressão do pobre, da mulher, do negro. Um leitor-escritor inconformado com a exploração, o desrespeito, as injustiças”.
A obra explora também os marcadores sociais de diferença – classe, gênero e etnicidade –, e mostra como tais conceitos e suas intersecções estão presentes em todo o trabalho deste autor baiano, que sempre foi um campeão de vendas no Brasil.
“Seus personagens são, antes de tudo, brasileiras e brasileiros, gente que, em sua maioria, tem que dar duro para viver ou, em muitos casos, sobreviver: pobres, habitantes de cortiços, como em Suor; órfãos, como os meninos de Capitães da areia; retirantes, como Gabriela ou os personagens de Seara vermelha; negros vítimas de preconceito, como em Tenda dos milagres e outros escritos. Mas, acima de tudo, gente que luta, resiste e alimenta as utopias que atravessam os romances”, pontua Duarte.
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E na contramão de uma visão mais eurocentrada, Jorge sempre elegeu homens e mulheres do povo como heróis, o que talvez explique boa parte de seu sucesso e o torne um eterno clássico nacional.
Mas alguns críticos chegaram a considerá-lo um autor menor. Segundo Eduardo, isto aconteceu porque o escritor baiano ousou escrever para o povo, não para a elite. “Em 1991, quando defendi minha tese, disse que a universidade brasileira em geral só lê aqueles livros que só ela lê, e o que o povo aprecia ela, não toma conhecimento”.
“Nessa linha, muitos críticos, deslumbrados com o que há de mais sofisticado em termos de elaboração literária vinda do hemisfério norte, passaram a acusá-lo de ‘populismo’, ‘pobreza estética’, ‘estereótipos’ e outros ‘defeitos’ próprios a uma produção alheia ao formalismo elitista”, alinhava o autor.
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Então, afinal, o que quer Jorge Amado com sua obra? “A meu ver, um país melhor, mais humano, dentro de um mundo sem opressão. Ou seja, utopia pura! Uma sociedade sem exploração econômica e com justiça social; sem opressão de gênero, com direitos iguais e respeito mútuo entre as diferenças; e sem racismo e quaisquer outras formas de discriminação pela cor da pele. Simplesmente um outro país e um outro mundo”, sintetiza Eduardo Duarte.
Para quem não lembra, Jorge Amado morou durante vários meses em São Luís e aqui escreveu quase todo o seu romance “Tenda dos Milagres – a face obscura”, e incluiu entre os seus personagens um pardo de nome Pergentino.
Trabalho escravo
A Secretaria de Inspeção do Trabalho, órgão do Ministério do Trabalho e Emprego, publicou ontem a atualização do Cadastro de Empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas (semelhantes) à escravidão, a chamada “lista suja” do trabalho escravo.
Neste mês, o documento reúne 155 novas pessoas físicas (patrões) e jurídicas (empresas). Desse total, 38 nomes são de patrões e empresas que atuam no Pará, sendo 37 com nomes e atividades relacionadas ao Estado e uma relacionada ao Maranhão, mas com endereço na cidade de Rondon do Pará, sudeste paraense.
Concurso de poesia
A Academia Maranhense de Ciências, Letras e Artes Militares realizou, na noite de quarta-feira (9), a solenidade de premiação do Concurso Nacional Pedro Ivo de Poesia.
O evento foi realizado na Associação Maranhense dos Escritores Independentes (AMEI), no São Luís Shopping, com a presença de poetas e convidados.
A comissão julgadora foi formada por professores universitários e membros da Academia Maranhense de Letras (AML), acadêmicos da AMCLAM e das Academias de Letras do Maranhão e de outros estados.
Bazar solidário
Neste mês de abril, São Luís contará com um evento de grande importância econômica, social e empreendedora: a realização de uma edição especial do Bazar Solidário, que chega com a proposta única de oferecer produtos novos de qualidade e a preços acessíveis, enquanto contribui com causas sociais essenciais: uma oportunidade de fazer compras e ainda apoiar instituições beneficentes que atuam diretamente no apoio a comunidades em situação de vulnerabilidade.
Ao longo dos três dias de evento, que serão entre 12 e 14 de abril, das 8h às 17h, no Centro de Comercialização de Produtos Artesanais do Maranhão (CEPRAMA), no bairro Madre Deus, na capital maranhense, o público poderá conferir centenas de roupas femininas, acessórios, mochilas, bolsas de viagem e equipamentos eletrônicos - todos novos e com preços acessíveis, doados pela Receita Federal.
Para escrever na pedra:
“A justiça é a vingança do homem em sociedade, como a vingança é a justiça do homem em estado selvagem”. De Epicuro.
TRIVIAL VARIADO
Guerra comercial: Trump recua, reduz tarifas por 90 dias e causa alívio nos mercados após retaliações. Decisão dos EUA não vale para a China, que teve as taxas elevadas a 125%. Presidente disse que quer acordos justos. Após encostar em R$ 6,10, dólar caiu.
Estrangeiros: o governo brasileiro retoma hoje a exigência de visto para turistas dos Estados Unidos, Canadá e Austrália. Reciprocidade é assim.
Mobilização: o pedido de urgência do Projeto de Lei que anistia condenados pelos atos do 8 de Janeiro já conta com assinaturas de 240 deputados.
Soja e frango: o agronegócio brasileiro festejou, ontem, a decisão da União Europeia de impor sobretaxas às exportações de soja e carne de frango dos Estados Unidos, em retaliação às taxações do presidente Donald Trump a produtos de países da Europa.
Expectativa: a avaliação é que o Brasil, maior produtor de soja e frango do planeta, pode ser o grande beneficiado nesta guerra tarifária entre Estados Unidos, China e União Europeia.
Cidadã Maranhense: a Assembleia Legislativa do Estado faz hoje a entrega do título de Cidadã Maranhense para a escritora Ceres Costa Fernandes, que ocupa cadeiras nas Academias Maranhense e Ludovicense de Letras.
Saiba Mais
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