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Lições do Enem
Os resultados do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), divulgados no início desta semana pelo Ministério da Educação, deixam lições importantes e muitos desafios para os gestores educacionais do país.
O principal deles – e, certamente, o mais preocupante – está relacionado à prova de redação. Apenas 12 alunos, num universo de 3,2 milhões de candidatos, alcançaram a nota máxima nesta habilidade fundamental para a aprendizagem e para o futuro profissional dos jovens brasileiros.
O Enem, como se sabe, é a principal porta de entrada para estudantes do Ensino Médio nas universidades públicas do país e até em algumas do exterior.
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A redação do Enem exige dos candidatos competências indispensáveis para comunicação escrita, entre as quais a compreensão do tema proposto, domínio da língua portuguesa, interpretação de informações e construção de uma proposta de intervenção.
Ou seja, para alcançar boa nota o estudante precisa estar bem informado, precisa saber argumentar e defender seus pontos de vista por escrito, de preferência escrevendo com simplicidade e objetividade, sem vícios de linguagem e erros gramaticais.
Ninguém precisa ser gênio para desenvolver tais competências.
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Mas não se pode ignorar que o decepcionante resultado das redações também foi motivado pela histórica falta de base acadêmica no Ensino Fundamental e Médio.
O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes vem apontando, a cada edição, uma brutal inferioridade dos estudantes brasileiros na relação com países que investem mais na educação.
Os testes mostram que nossos estudantes, em sua maioria, têm dificuldade para compreender e interpretar textos.
Nas escolas públicas, principalmente, muitos alunos chegam à 5ª série lendo com dificuldade, sem compreender o significado de histórias, legendas de filmes e até de placas de rua.
Possível fusão de Azul e Gol
A negociação para eventual fusão entre as companhias aéreas Azul e Gol avançou. Ontem, a Azul distribuiu comunicado oficial em que afirma ter assinado, com a controladora da concorrente, “um Memorando de Entendimentos (MoU) não vinculante para alinhar termos e condições para uma potencial combinação de negócios”.
Não vinculante quer dizer que não é definitivo. Ou seja, que as tratativas podem continuar evoluindo até desembocar na união, ou parar no meio do caminho.
A Gol, por sua vez, também publicou comunicado oficial afirmando ter sido notificada por sua controladora, chamada Abra, sobre a assinatura do acordo. No dia 9, as ações da Gol haviam subido 9% na bolsa de valores já por causa da informação extraoficial das conversas entre as empresas.
DE RELANCE
Todos reivindicarão vitória
O acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, anunciado ontem, é o tipo de acerto que rende a todos os envolvidos celebrarem a vitória.
Por si só, obviamente, é algo a ser comemorado – afinal, depois de um ano e três meses de uma guerra sangrenta, com vítimas de lado a lado, finalmente, a racionalidade se impôs à mesa de negociações.
Infelizmente, como acordos de outrora, esse não colocará fim à sina de ódio e medos ancestrais que, por vezes, fazem girar a roda da insanidade.
Mas, ao que tudo indica, haverá uma pausa.
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Quando digo que todos celebram é porque o conflito e os termos do acordo abrem margem para líderes de diferentes matizes ideológicos reivindicarem, para públicos domésticos, a vitória.
Os terroristas do Hamas, por exemplo, dirão a seu público que atingiram os objetivos com os ataques de 7 de outubro de 2023: ao entrarem em Israel exibiram as fragilidades da nação mais protegida do mundo, praticaram o horror contra os judeus, mataram centenas, sequestraram muitos, violentaram todos e, por fim, barganharam a soltura de palestinos presos nas penitenciárias israelenses. Pela sua lógica doentia e nefasta, o crime compensa.
Israel, que sofreu o maior atentado de sua história em 7 de outubro, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu irão reivindicar que, apesar da dor, das mortes e dos reféns, conseguiram levar a cabo uma operação que enfraqueceu o terrorismo, cortou as cabeças do Hamas e do Hezbollah, colocou de joelhos o Irã, destroçou o arco xiita e, por tabela, destronou o ditador da Síria, Bashar al-Assad.
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O Catar, que já foi acusado de Estado apoiador do terrorismo, sai como o grande pacificador, ao ter servido de ponte entre todos os lados.
Joe Biden, a poucos dias de entregar o governo a Donald Trump, tem seu legado salvo pelo gongo: após um início de governo, em 2021, marcado pelo retorno do Talibã ao poder no Afeganistão – e pelas cenas de fuga dos soldados americanos que lembravam o Vietnã –, ele consegue passar à história como o presidente americano que colocou Israel e extremistas palestinos a conversar – quase como um Jimmy Carter do século 21, guardadas as proporções.
Sobrou até para Donald Trump comemorar: seu enviado especial para o Oriente Médio, o pouco experiente Steve Witkoff, participou ativamente das negociações ao lado de emissários do presidente Biden.
Choro e ranger de dentes
Muita gente morreu nesse período de guerra. Há choro e ranger de dentes por todos os lados. Alguns dos reféns israelenses voltarão, de Gaza, dentro de caixões.
Na estreita faixa de terra espremida contra o Mar Mediterrâneo, além dos mortos, a infraestrutura está destruída. As desconfianças não acabam com o acordo. Nem o terrorismo, embora golpeado, termina.
Mas, por alguns meses, a região e o mundo respirarão, com pesar, aliviados.
Papa, um cão e um circo no Vaticano
O papa Francisco assistiu, ontem, durante a audiência-geral semanal, a uma apresentação do circo Rony Roller.
Durante a performance, para ele e para os fiéis reunidos no Vaticano, o pontífice jogou uma bolinha de tênis e brincou com um cachorro dos integrantes do circo.
O espetáculo contou com a participação de palhaços e acrobatas. “O trabalho circense é um trabalho humano, é um trabalho de arte, um trabalho de muito esforço. Quando voltarem, vamos dar-lhes uma grande salva de palmas”, escreveu nas redes sociais.
Francisco assistiu a uma performance da CircAfrica na semana passada, destacando a tradição circense.
Incompetência e má-fé
A mentira repetida tantas vezes nas redes sociais virou verdade para milhões de brasileiros, e o governo foi obrigado a revogar a medida que colocava uma lupa sobre as movimentações financeiras, incluindo o Pix.
Foi uma capitulação que ilustra uma das afirmações do novo ministro da Comunicação, Sidônio Palmeira, que disse, com outras palavras, que o governo precisava ser mais ágil; que na era digital ainda se comunicava de forma analógica.
O caso do Pix é exemplar. A determinação para as instituições financeiras informarem transações acima de R$ 5 mil foi comunicada de forma burocrática. Nas mãos de opositores oportunistas, virou uma arma contra o governo.
Deputados fizeram vídeos mentirosos, uns dizendo que o governo iria taxar o Pix, outros que estava coletando dados para cobrar imposto de pedreiro, carpinteiro, verdureiro e outros trabalhadores informais.
Boato acima do fato
De nada adiantaram as explicações da Receita Federal, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dos especialistas em economia. O boato se sobrepôs ao fato.
As movimentações com Pix despencaram, seja por medo do Fisco, seja pelo temor de que as transações acima de R$ 5 mil seriam taxadas.
Vendo que perdera a batalha da comunicação, Haddad não teve saída. Revogou a orientação anterior e anunciou a edição de uma medida provisória para reforçar as regras já existentes.
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E o que fizeram alguns deputados? Passaram a se gabar de ter conseguido derrubar o que nunca existiu.
Usaram o recuo do governo para se promover e dizer que tinham razão. São os mesmos que, quando se fala em algum tipo de regulação nas redes sociais se esganiçam dizendo que estamos vivendo a ditadura de toga ou que “querem acabar com a liberdade de expressão”.
Ora, liberdade de expressão não é liberdade para mentir, distorcer, enganar e tumultuar o cenário econômico com fake news. O nome disso é má-fé, mas também podem chamar de falta de caráter. _
O problema não é o celular
A lei que regulamenta o uso de celulares nas escolas públicas é o sintoma de uma realidade que vai além da tecnologia: vivemos uma gigantesca crise de autoridade.
Quando o presidente da República precisa intervir em um tema que deveria ter sido resolvido antes em pelo menos duas instâncias, algo muito maior está em jogo. Os pais não conseguem controlar. Os professores, também não.
Lula ex machina surge e, de um acarpetado gabinete em Brasília, salva a humanidade do caos. É revelador.
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Quando pais e professores necessitam do poder opressivo do Estado para impedir seus filhos e alunos de fazerem mal a eles mesmos, uma luz vermelha se acende. Imagine o diálogo:
Pai: – Deixe o celular na mochila, minha filha.
Filha: – Por que, pai?
Pai: – Porque os deputados e o presidente Lula querem.
Sou absolutamente favorável à restrição do uso de celulares nas escolas. Mas também em casa, no restaurante, na praia.
Para escrever na pedra:
“Um homem que tem algo a dizer e não encontra ouvintes, está em má situação; mas estão em pior situação ainda os ouvintes que não encontram quem tenha algo a dizer-lhes!” De Bertold Brecht.
TRIVIAL VARIADO
À CNN, o presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, confirmou que a sigla deve se fundir a outro partido e pretende lançar o governador Eduardo Leite, do RS, a presidente em 2026.
Prova de vida: o Governo vai reeditar portaria para evitar bloqueio de benefícios do INSS. Regra expirou no dia 31 de dezembro de 2024.
Transações por Pix: a quantidade de operações entre 4 e 10 de janeiro somou 1,250 bilhão, uma queda de 10,9% ante o mesmo período de dezembro.
“O Brasil, por enquanto, parou o Lula”. A frase é de Nikolas Ferreira (PL-MG), deputado federal, comemorando a revogação da instrução normativa que aumentava a fiscalização sobre transferências acima de R$ 5 mil do Pix de pessoas físicas.
O empresário Juninho Luang está dedicado em tempo integral à produção local do show que a Ministra da Cultura, Margareth Menezes, realizará no Rio Poty Hotel, no dia 8 de fevereiro.
A propósito: depois de uma longa ausência por conta de tratamento de saúde, o empresário Jacques Brindel está na ilha, promovendo mudanças no seu Rio Poty Hotel & Resort.
Saiba Mais
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