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Sexo com Nexo
Sexo com Nexo por Mônica Moura, sexologia clínica e Educação sexual.
Sexo com nexo

O dia em que minha amiga pediu meu marido emprestado

Leia a coluna deste sábado (23) da sexóloga Mônica Moura.

Mônica Moura

Sim, você não leu errado. Parece coisa de novela brasileira, mas aconteceu.
Sim, você não leu errado. Parece coisa de novela brasileira, mas aconteceu. (Foto: Divulgação)

O ano é 2024. Você está sentada em frente à TV, assistindo aquele novo dorama favorito. Sua campainha toca. É a sua amiga que, inesperadamente, pede para você “emprestar” o seu marido por uma noite. Sim, você não leu errado. Parece coisa de novela brasileira, mas aconteceu. 

Quando ouvi essa história, fiquei entre o riso e a incredulidade. Não é todo dia que uma proposta assim bate à porta! Daí você se vê ali, entre uma piscada lenta e outra, tentando decidir se é hora de rir, correr, bater na cara dela ou ligar para um terapeuta.

A princípio, pensei que fosse uma piada. Mas não era. E depois de rir muito da ousadia (vamos combinar que essa amiga é super afrontosa), fiquei pensando sobre o que leva alguém a fazer um pedido tão surreal. Será que era desespero, carência ou apenas uma falta de noção cheia de boas intenções?

O episódio me fez refletir sobre os limites que definimos nas relações. Amizade e casamento são territórios complexos, e pedidos assim testam tanto o nosso senso de humor quanto a nossa habilidade de lidar com o choque.

Antes de nomear como ofensa, tentei entender a intenção. Às vezes, um simples “Você está falando sério?” já desarmaria a situação. Poderia ser piada, né, gente?

Se isso tivesse acontecido comigo, minha resposta seria espirituosa, tipo “Querida, ele não é liquidificador para emprestar!”, ou “Pode até ser, mas só se você o convencer de lavar a louça antes de voltar! Aqui ele nunca lava”, e até mesmo “Amiga, meu marido não é inovador, mas posso emprestar um bom livro para sua noite solitária!”

Agora, se o pedido revelasse algo mais profundo (como solidão ou insatisfação), faria a escuta com empatia e ajuda. Muitas vezes, os pedidos mais inusitados vêm de corações desesperados que precisam de acolhimento.

Soube que quando o marido chegou em casa, a esposa, ainda perplexa, contou sobre o pedido inusitado da amiga, esperando vê-lo tão surpreso quanto ela. Mas ele não mostrou espanto nenhum. Com um sorriso meio divertido, ele respondeu "Ah, ela já tinha me falado isso também! Achei que era brincadeira e ri. Essa mulher está adoecida!"

Convenhamos, há algo deliciosamente surpreendente nesse tipo de situação! Sim, eu ainda estou abalada, rs.

Agora sei que a vida real pode ser tão criativa quanto qualquer roteiro de novela. E é por essas e outras que transformar situações esquisitas em risadas e reflexões (ou em colunas de jornal) é a minha maneira mais saudável de lidar com aquela “rotina inesperada” de consultório.

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