PH Revista: Brinde das amigas
E mais: Revoada dos Guarás
ELAS são amigas e não perdem uma chance de se reunir para fazer um brinde à alegria de viver. Thatiana Rodrigues Bandeira, Ana Lúcia Bernardes Albuquerque, Ana Elvira Buhatem, Rose Brunet Medeiros e Kátia Rocha (de pé); Cida Cavalcante Valadão, Flávia Araújo Ferraz, Melina Sereno Fernandes e Ligia Silva são o destaque de Capa do PH Revista deste fim de semana
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Poemas universais
A poesia é como pintura que se move, música que pensa. Suavidade e vigor, excesso delicado, odoroso, fonte viva, luz, fogo! Em menos palavras diz mais que o texto. Procurando o belo, os poetas dizem mais verdade que os falsos donos das verdades.
Cito alguns poemas, grandes entre os grandes:
– Romanceiro Gitano – Garcia Lorca – As imagens surreais do grande espanhol dançam a nossa frente em sonhos e imaginação ao ritmo ardoroso do flamenco.
– Terra devastada – T. S. Eliot – Unanimidades acadêmica, o inglês nascido nos EEUU mostra a desagregação da cultura dita civilizada.
– Tabacaria – Fernando Pessoa – O poeta português que tanto influenciou o intimismo autocomplacente tupiniquim dá uma aula de melancolia.
– Jardins Invisíveis – Lezama Lima – Cubano autor de Paradiso, domina um estilo sem fim, próximo do surrealismo e do fantástico.
– Uivo – de Allen Ginsberg – O gênio da poesia beatnik mostra a verdadeira face da América, numa linguagem pessoal, torrencial.
– Altazor – Vicente Huidobro – O longo poema do chileno é uma das grandes experiências linguísticas do mundo moderno.
– Velejando por Bizâncio – W. B. Yeats – Neste poema, o Prêmio Nobel irlandês confronta arte e morte em espaços míticos.
– Cemitério Marinho – Paul Valéry – Mais do que poeta, o francês era um brilhante ensaísta, um poeta não poeta, sempre instigante.
– Jubileu – Maiakovski – O revolucionário russo nascido na Geórgia que conseguiu conciliar alta poesia com arte engajada.
– Hai Kais – Bashô – Mestre da poesia da natureza em três linhas de tese, antítese e síntese onde resume saber e vida universal.
– Hai Kais – Issa e Bushon – Discípulos de Bashô quase alcançam o brilho do mestre, porém mais ousados e até insolentes.
– Trilce – César Vallejo – O peruano foi simbolista na juventude, mas logo adentrou pelos amplos corredores sociais do latino-americaníssimo.
– O Guesa Errante – Sousandrade – O único poema brasileiro realmente universal, atravessando o Continente, da Patagônia ao Alaska.
– Poema dos Dons – Jorge Luis Borges – O argentino conhecido por contos e ensaios tem uma poesia refinadíssima, sutil, instigante, brilhante.
– Pedra do Sol – de Octávio Paz – A inteligência, a cultura, a História são os temas do mestre mexicano.
– Os Peixes – Marianne Moore – Americana que trabalhou com uma desestruturação delicada, inteligente, dos versos e até da sintexe.
– Céu Vazio – Wyslawa Szyborski – Escritora polonesa que foi prêmio Nobel e seu comovente poema Miniatura Medieval.
– Acalanto – Elizabeth Bishop – Americana que se apaixonou pelo Brasil foi muito influenciada pela cultura e poesia mineiras.
– Aviso aos Navegantes – de Jamil Almansur Haddad – Poema longo, brasileiro e revolucionário do grande tradutor das Mil e Uma Noites, muito elogiado no mundo todo. Escrito em forma de Suratas.
Feira do Livro e Poesia
As feiras de livros de São Luís, já faz algum tempo, não estão nada poéticas. E o que é mais grave: a poesia ocupa cada vez menor espaço nas livrarias de uma maneira bem geral.
Os livros de poemas estão às vezes no computador, que é acionado para um pedido da obra. Na Feira do Livro de São Luís isto é pior, quase não se vê poesia.
Nós sabemos ou conhecemos o poder da poesia na história da humanidade. Há algum tempo li em O Globo, do Rio, um longo artigo do poeta Luiz de Miranda, no qual ele constatava que o Brasil não tinha 3 mil livrarias e só Buenos Aires, onde morou, tinha mais livrarias que o Brasil. O assunto mudou, cresceram as casas que dão amparo aos livros, mas a poesia fica num cantinho das livrarias.
Quem viu um livro de poemas em destaque na Praça Maria Aragão?
Feira do Livro e Poesia...2
Na Feira do Livro de São Luís – como em quase todas as feiras do gênero realizadas no Brasil –, a poesia seguiu no esquecimento, mas é bom lembrarmos que a história literária da humanidade é carregada pelos ombros de seus poetas.
Epopéia de Gilgamesh, de origem babilônica, um dos primeiros e principais poemas nacionais, relata as aventuras do lendário rei da Suméria. Depois um bardo jônico, Homero, um cego de feira, escreve a história da Guerra de Tróia em duas volumosas epopeias populares: Ilíada e Odisseia. E houve um caolho português, chamado Luiz Vaz de Camões, que tentou vencer na vida pela força da espada, mas foi com a força de seu verso, Os Lusíadas, que fez um pequeno país entrar no mapa da Europa. Morreu na miséria e foi enterrado em cova rasa.
Antes um homem simples sem títulos foi expulso de sua cidade como traidor da pátria, mas marcou com sua poesia, foi ao Inferno, ao Purgatório, depois assomou ao Paraíso, é Dante Alighieri e fez o Renascimento e fundou um país, a Itália.
Outros, depois de 2 mil anos de diásporas, Israel ganhou espaço no mundo. E não foi pelo poder de seus generais ou por judeus ricos, mas, sim, pela força dos versos de seu povo: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, Nahum e Habacuc, ao cantor dos Salmos e de todos os cantores que saíram do pó da História para fundar uma pátria.
Feira do Livro e Poesia...3
É bom lembrar Aristóteles com sua Poética. Ovídio, mesmo expulso de Roma construiu a fortaleza da pátria. Lembrar François Villon é necessário, e o que dizer de William Shakespeare, a grande glória da língua inglesa, que depois me deram ao coração Walt Whitman, junto com Pablo Neruda, García Lorca e Drummond de Andrade.
Lembrar Ezra Pound é dever de ofício. Agora de alma espanhola, vem Rubén Darío, o inventor da modernidade. Gabriela Mistral, madrinha de Neruda, José Martí, Nicolás Guillén, filho de Xangô e Oxum, Cesar Vallejo, Mario Benedetti.
A poesia é a grande lucidez da vida, não fechem tanto as portas para ela.
Talvez por isso, o magistral poeta Luis Augusto Cassas, hoje radicado em São Paulo, não tomou conhecimento do evento nesta Capital. Nem eu.
Poema da buganvília
Algum dia o poema será a buganvília pendente deste muro da Calçada da Rua Grande.
Produz uma semente que faz esquecer os jornais, o emprego e a família, e além disso tudo atapeta o passeio alegrando quem passa.
Mas antes desse dia há-de secar a buganvília e o varredor há-de levar as flores secas para o monturo.
Depois cairá o muro.
E como o tempo passa mesmo contra a vontade, também há-de acabar a Calçada da Rua Grande e o resto da cidade.
Então, quando nada restar, nem o pó de um sorriso que é o mais leve de tudo que se pode supor, será esse o momento de o poema ser flor, mas já não é preciso.
DE RELANCE
Revoada dos Guarás
O jornalista Francisco José de Brito mostrou a revoada dos guarás que começa no Maranhão e termina no Amapá e explica o momento com poesia.
O jornalista usou versos para falar sobre a revoada dos guarás. No seu perfil no Instagram, ele postou um vídeo mostrando a beleza da natureza, que ainda teve a presença do pôr-do-sol. Nas imagens compartilhadas por ele, Francisco José explica como ocorre a revoada.
Na legenda da postagem, Francisco José fala sobre a sua trajetória como jornalista que cobre natureza e meio ambiente, mas ele aproveita para falar sobre a emoção do seu trabalho.
“Trabalhei mais de duas décadas fazendo reportagens para a televisão, na Amazônia. Percorri quase todos os grandes rios desse bioma extraordinário. E agora, sinto a emoção de voltar para a gravação de um documentário nos grandes manguezais da região. Hoje foi apenas um passeio de barco. Mas, a partir de amanhã, vamos entrar na lama”, escreveu.
Presidente Atual
Só criando um troféu para as asneiras mais espetaculares do cotidiano maranhense, brasileiro e mundial.
E poderíamos nos inspirar em quatro asneiras espetaculares que frequentemente são igualadas ou superadas no noticiário.
A primeira asneira foi aquela de um jornal do Ceará, que depois de fazer a cobertura de um congresso de pneumologistas em Fortaleza, publicou a seguinte manchete: “Todo fumante irá morrer de câncer, a menos que outra doença o mate antes”.
A segunda asneira foi conhecida numa prova de História do Brasil, escrita por um aluno em São Paulo: “O pai de dom Pedro II foi dom Pedro I. E o pai de Dom Pedro I, portanto, foi dom Pedro Zero”.
A terceira asneira foi escrita há muitos anos por um famoso colunista maranhense, no início de sua carreira: “Todos os rios correm para o mar, salvo melhor juízo”.
A quarta asneira é de um prefeito do interior de São Paulo que, a cada vez que um presidente da República assumia o cargo, ele mudava o nome da praça central da cidade.
Quando Getúlio Vargas se suicidou, a praça que levava seu nome ficou assim chamada: Praça Presidente Café Filho. Quando Jânio Quadros renunciou, o prefeito tirou o nome dele da praça e colocou o nome do novo presidente, João Goulart. Aí Jango foi deposto e o prefeito não teve dúvida, para puxar o saco do presidente que assumiu, lascou assim o nome da praça: Presidente Castello Branco.
Aí um vereador fez um discurso numa solenidade em que o prefeito estava presente e sugeriu-lhe uma providência que evitaria dali por diante o transtorno de tantas mudanças de nome na praça central, problema inclusive com o endereço para os Correios.
O prefeito agradeceu ao vereador, aceitando sua sugestão. E até hoje a praça central da cidade tem o seguinte nome: Praça Presidente Atual.
Lição para aprender
Antigamente, evitava dividir meus livros com outras pessoas. Até que um dia um amigo perguntou-me se eu não gostaria de passar toda a minha vida numa prisão. É claro que respondi que não.
– “Então – disse-me ele – liberta os teus livros da “prisão” da tua estante. Dá a eles a liberdade de encontrar novas pessoas e partilhar o prazer que te deram. Deixa os livros dos teus encantamentos e leva outros que te podem dar outros prazeres. Faz dois em um. Deixa um livro, leva outro e também um novo amigo!”
Aprendi a lição.
Modernidade na Ilha
Tome cuidado. As mulheres de São Luís já sabem como pegar o seu homem infiel sem precisar pagar detetives ou segui-los em jornadas arriscadas.
Um amigo acaba de cair em casa da seguinte forma: sua noiva, com quem iria se casar em breve, começou a mandar-lhe e-mail se passando por outra mulher, modelo, bonita, jovem e disposta, que gostaria de conhecê-lo pessoalmente. O tanso começou a responder.
Até que marcaram encontro num motel fora da cidade. Quando o cara voltou pra casa, encontrou, na porta, um cartão da noiva e um buquê de flores, dando-lhe as despedidas.
E assumindo a identidade da modelo com quem seu futuro marido passou a trocar calientes e-mails. A outra era ela, a dele.
Champanhe, por que bebê-lo?
E aí, brother, dá para ir levando? Com a confusão reinante no mercado do dólar, quando um uísque sai mais barato aqui do que na Escócia, que tal enfrentar um espumante importado, de preferência francês? Pois, parodiando o sábio poeta: champanhe, por que bebê-lo? Se não fazê-lo, como sabê-lo?
Afinal, como dizia o papa dos colunistas, Zózimo Barrozo do Amaral: enquanto houver champanhe há esperança!
Pois, então, tome de uma taça “flute”, coloque o champanhe num balde com gelo e água e, enquanto aprecia a chamada bebida dos reis, leia alguma coisa sobre a sua descoberta, pelo frade Perignon, quando, achando que seu espumante, que fermentou duas vezes, estava estragado, decidiu experimentar, provou da primeira, da segunda, da terceira. E, lá pelas tantas, iluminado, gritou aos confrades a célebre frase “Estou bebendo estrelas!”.
Por isso, dizia Madame Pompadour: “O champanhe é a única bebida que deixa uma mulher bonita após bebê-la”. Ou as últimas palavras de lorde John Maynard Keynes, economista que morreu lamentando: “Eu queria ter bebido mais champanhe!”.
Mas foi Madame Lilly Bollinger, que o produzia, quem melhor definiu todos os prazeres da borbulhante bebida: “Eu só bebo quando estou feliz e quando estou triste. Às vezes, bebo quando estou sozinha. Quando estou acompanhada, considero obrigatório. Eu me distraio com champanhe quando estou sem fome, e bebo quando estou com fome. Fora isso, nem toco no champanhe, a não ser que esteja com sede”.
Mas neste fim de semana, uma tacinha de champã também será de lei.
Frutas tropicais
Este ano, a produção de frutas nativas do Maranhão foi escassa.
Excetuando-se o abacaxi de Turiaçu, cuja safra foi sobremodo abundante, as frutas típicas e de época, como juçara, caju e manga, foram vistas em pequenas quantidades na cidade.
Há quem diga ser o fator climático o causador do desaparecimento dessas frutas sazonais e comuns nos últimos meses do ano.
Explosões em Brasília
O homem que planejou as explosões da última quarta-feira em Brasília, não era apenas um suicida com perturbação mental.
Ele era mais um brasileiro contaminado pelo discurso irresponsável e criminoso contra a democracia e as instituições, cujas consequências são imprevisíveis.
É inútil pedir “pacificação” a militantes fanáticos após anos de pregação da violência.
O Brasil, hoje, está cheio de homens e mulheres que cortaram vínculo com amigos e familiares por não tolerarem o diálogo e a convivência pacífica com quem pensa diferente.
Tratar o atentado da última quarta-feira como algo isolado é mais do que conveniência política. E reduzir o caso à atitude de um suicida contribui para esconder um exército de militantes dispostos a tudo para impor suas vontades.
Para gravar na pedra:
“Eu sei o que é ser jovem. Mas você não sabe o que é ser velho. Algum dia você estará dizendo a mesma coisa”. Do grande cineasta Orson Welles.
TRIVIAL VARIADO
Rodoviárias perdem 66% dos passageiros em uma década. Pandemia e serviços por app agravaram crise que leva ao fechamento de estações. Hoje, pouco mais de um terço dos municípios tem terminais.
A decadência dos terminais, que muitas vezes eram uma das referências dentro dos municípios, ao lado de locais como a prefeitura e a igreja, é percebida ao longo de toda a última década. Mas a crise, que já era grave, aprofundou-se depois da pandemia de covid-19.
Seleções: Governo autoriza a realização de concursos para o Ministério da Saúde e INSS. São 569 vagas, com salários de até R$ 15 mil.
Pix: Serviço deve movimentar R$ 27,3 trilhões até o fim deste ano, segundo a Febraban. Crescimento em relação a 2023 é de 58,8%.
Discutida em todo o país e vigente em alguns Estados e municípios, a proibição do uso de celulares e outros aparelhos eletrônicos portáteis em salas de aula caminha para aprovação ainda neste ano no Congresso, em um raro episódio de consenso entre o governo e a oposição.
O texto restringe o uso dos aparelhos durante as aulas e nos momentos de intervalo, exceto em caso de atividades pedagógicas, mediante autorização dos professores, ou quando for necessário por razões de saúde ou acessibilidade.
A regra valerá para alunos de escolas públicas e particulares. E tem a simpatia de parlamentares de esquerda e de direita, passando pelo centro.
Após a aprovação na Câmara e no Senado, basta a sanção presidencial para que a proposta se torne lei, o que não será uma barreira, visto que o próprio presidente Lula já defendeu a medida.
Saiba Mais
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