Sexo com Nexo

A vizinha está traindo o marido dela

Confira a coluna desta semana da sexóloga e educadora sexual Monica Moura.

Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual

Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual.
Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual. (Divulgação)

Pedro e Fernanda, casados há 7 anos, levam uma vida de aparência bem tradicional. Como todo casal, eles têm obrigações familiares, profissionais, bem como segredos que só dizem respeito a eles.

Pois bem. No início do namoro, Pedro escondia um desejo, aos seus olhos, inconfessável: era cuckold. A ideia de ver sua amada com outro homem, enchia Pedro de tesão, mas o medo do julgamento calava essa fantasia. Por anos, Pedro manteve isso no terreno da imaginação, e a alimentou em silêncio. 

Na lua de mel, uma confissão inesperada quase colocou tudo a perder. Enquanto brindavam, Pedro, sem pensar muito, sugeriu meio rindo, meio sério, que seria excitante se, ao entrar na suíte, ele flagrasse Fernanda vestida de noiva na cama com outro homem. Atônita e ofendida de início, ela congelou, mas a ideia parecia tão absurda que caiu na gargalhada. E assim a fantasia de Pedro virou uma espécie de piada entre eles. Se provocaram com essa ideia de ela ser seduzida por um homem mais bonito e vigoroso.

O tempo passou, os filhos chegaram e a rotina virou fraldas, trabalhos e compromissos. Marcaram consulta comigo porque o sexo caiu na monotonia. Fazia falta o fervor de antes. Um dia, enquanto conversávamos, ele sugeriu que tirassem aquela fantasia do imaginário e a trouxessem para a realidade.

Fernanda foi relutante no início. Se envolver com outro homem parecia insano, mas a ideia de dar vida à fantasia que por anos tinha sido um jogo entre eles acendeu algo dentro dela. E eis que ela começou a flertar com um colega de trabalho, um homem charmoso e cheio de energia.

No dia em que finalmente decidiram sair, Fernanda e seu amante foram a uma boate. O que eles não sabiam era que o vizinho, Arnaldo, viu Fernanda no local “com outro homem”. Curioso e fofoqueiro, não perdeu tempo e contou tudo para a mãe. Essa, por sua vez, compartilhou a novidade com a irmã, que não resistiu e contou para uma amiga, que, por coincidência, trabalha na mesma empresa que Pedro. Em pouco tempo, a fofoca se espalhou.

Pedro começou a notar os olhares estranhos e as risadinhas dos colegas de trabalho. Logo descobriu o motivo. Ao invés de se sentir envergonhado, Pedro sentiu algo diferente: um aumento exponencial de tesão. A ideia de ser visto como "corno" por todos apenas alimentava a fantasia que ele havia mantido escondida por tantos anos.

E essa situação, que facilmente destrói outros casamentos, acende uma chama em Pedro e Fernanda. Com a adrenalina de ter sido expostos, eles estão no auge da satisfação deles.

Os comentários maliciosos que Pedro ouve estão apimentando a relação mais do que nunca, o que reforça a minha certeza: a sexologia clínica é um universo particular. E a nós só cabe o respeito.

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