SÃO LUÍS - Direcionando o olhar para realizações artísticas do maior bioma do mundo, o Centro Cultural Vale Maranhão abre ao público na terça-feira, 20, às 19h, a nova edição da exposição Ocupa CCVM. Com o tema Amazônia em Foco, a mostra apresenta os projetos de artes visuais aprovados no edital homônimo no primeiro semestre de 2024.
O trabalho é uma continuação do mapeamento de produções desenvolvidas por artistas amazônidas sobre o território e, principalmente, sobre o sujeito que o habita. “O recorte apresentado na edição 2024 do Ocupa CCVM vai além do retrato. As obras selecionadas dizem um pouco mais sobre o visto e o não visto dos lugares e recantos amazônicos. As relações com o desconhecido, com o divino e com o incontrolável aparecem como elemento fundante, imprimindo a urgência necessária em tratar da complexidade do território da Amazônia Legal”, conta Gabriel Gutierrez, diretor do Centro Cultural Vale Maranhão.
Cinco artistas comporão a exposição. Artista indígena de Xapuri, no Acre, Clementino Almeida (Tino Txai) nos leva a uma viagem pelo universo de estética xamânica em telas pintadas com a técnica urbana do grafite, na obra Amazônia em cores. Tino, em toda a sua trajetória, praticou o ativismo em defesa da floresta, lembrando da importância dos povos originários, e figuras como Chico Mendes, na luta para manter a floresta em pé.
Com Natureza, Arte e Sustentabilidade, o paraense Francelino Moraes Mesquita transgride o uso da matéria do miriti, conhecida e empregada na confecção de brinquedos e objetos devocionais da festa do Círio de Nazaré, dando forma a esculturas. Placa Mãe, do acreano Fabiano Carvalho, estabelece uma conexão metafórica entre a complexidade da tecnologia e a harmonia da mãe natureza ao integrar fragmentos de placas-mãe em paisagens naturais.
A partir da boia-bandeira de pesca, instrumento comum dos rios e mares do Maranhão, e do Cazumbá do Bumba Meu Boi, Thiago Fonseca (MA) expande o espaço da pintura, criando uma instalação imersiva em forma de altar em Travessias da Encantaria.
Em ao rés-do-chão, rente às (i)memórias, a artista cuiabana Paty Wolff apresenta obras fruto de experimentações de desenho e pintura sobre painel de compensado e papelão, com utilização de tinta acrílica e giz pastel oleoso. As imagens utilizadas vem das investigações em álbuns fotográficos de família e da necessidade da artista de recompor suas raízes e origens.
Assinam a curadoria da exposição Camila Fialho, Deyla Rabelo, Larissa Anchieta e Rose de Lima. A visitação é gratuita. O Centro Cultural Vale Maranhão fica localizado na Rua Direita, nº 149, Centro Histórico de São Luís.
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