Sexo com Nexo

Bodas de ouro

Confira a coluna desta semana da sexóloga e educadora sexual Monica Moura.

Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual

Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual.
Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual. (Divulgação)

Entre comilança, música e dança, chega o momento mais esperado: o discurso do casal. Todos se acomodam, alguns curiosos para ouvir, outros nem tanto. Dona Belinha e Seu Pinheiro sobem ao palco, sorrindo. Foi ele quem pegou o microfone e começou:

"Muitos aqui estão curiosos para saber qual é o segredo para conseguir chegar a 50 anos de casados, então vou contar: o segredo está em saber fazer amor. Isso mesmo, amor a gente faz" - essas palavras provocaram risadas e murmúrios, além de roubar a atenção daqueles que foram pegos desprevenidos.

"E digo logo que começamos bem antes do casamento". A plateia soltou uma risada surpresa. Belinha, rindo, continuou:

"Não era fácil! Íamos a lugares escondidos, longe dos olhos curiosos dos vizinhos. Dávamos um jeitinho."

Os convidados riam, e Pinheiro prosseguiu:

"Na lua de mel, era tanta empolgação que perdemos a chave do quarto! Passamos um bom tempo procurando, e quando finalmente achamos, de tão cansados, dormimos. Somos bons de cama."

Belinha tomou a palavra:

"Grávida de primeira viagem, tivemos medo de machucar o bebê, de fazer algo errado. Era muita insegurança".

A platéia estava envolvida e Pinheiro trouxe um detalhe engraçado:

"Mas na segunda gravidez, já sabíamos que não tinha problema. E posso dizer que foi um bom período da nossa vida!"

Belinha, rindo, acrescentou:

"Toda noite a gente fazia planos sobre como fazer amor depois que o bebê nascesse. Mas quando nasceu, estávamos sempre cansados e ocupados. Como sabíamos que seria temporário, nos adaptamos e encontramos um caminho."

Pinheiro ficou sério:

"Vencemos aquela crise financeira. Foi um período muito duro que afetou nossas noites. Mas Belinha, companheira de todas as horas, sempre me apoiou. Em seguida veio a doença da próstata, e senti como se a vida fosse acabar. Eu pensei que nunca mais poderia fazer Belinha feliz."

A plateia ficou em silêncio. Belinha, forte e amorosa, pegou o microfone e continuou a história.

"E vocês não vão acreditar que no auge dos 65, ele me mostrou que ainda existiam muitas outras formas de amar. A intimidade e o prazer vão muito além do que a gente vinha fazendo."

Belinha riu e complementou. "Aprendemos a fazer amor de outro jeito, e nossa conexão ficou ainda mais forte. Descobrimos que o toque, o carinho e a cumplicidade são a melhor parte do ato sexual."

A platéia ficou comovida.

Seu Pinheiro, gargalhando, finalizou: "Aprendi que homem de verdade segue lutando e vencendo as batalhas, inclusive sem desembainhar a espada".

A multidão explodiu em risos e aplausos. Foi uma lição. Descobriram novas formas de estar juntos, de amar e de se divertir. Continuam fazendo amor toda noite, com um cafuné e um abraço apertado.

A festa continuou animada, e aquele discurso se tornou a lembrança mais querida daquela noite inesquecível. Todos os presentes saíram dali com o coração aquecido, inspirados por Dona Belinha e Seu Pinheiro, que "fizeram amor verdadeiro" ao longo desse 50 anos.

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