Criatividade

Publicitário maranhense conquista cobiçado prêmio em Cannes

Guter Sá ganhou um Leão de Bronze com campanha sobre futebol feminino e é um dos primeiros do Maranhão a conquistar o feito.

Evandro Júnior / Na Mira

Guter Sá conquistou prêmio em Cannes
Guter Sá conquistou prêmio em Cannes (Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS - Um maranhense receber um Leão de Bronze na edição 2024 do Cannes Lions International Festival of Creativity. Guter Sá, ex-aluno de publicidade e propaganda da Faculdade Ceuma e atual redator da agência Galeria.Ag, concorreu com uma campanha desenvolvida para um banco e abordou a história do futebol feminino no Brasil, destacando os desafios enfrentados pelas jogadoras nas décadas em que a prática era proibida por lei, entre 1941 e 1983. 

Em Cannes, onde o festival começou em 17 de junho, o filme sobre o tema foi exibido e premiado na categoria "Entertainment for Sport". O trabalho destacou-se por seu impacto emocional e social, resgatando histórias de resistência. 

O projeto utilizou ferramentas avançadas de inteligência artificial para recriar equipes femininas, baseadas em relatos históricos das jogadoras que lutavam para continuar no futebol durante a proibição e raras imagens da época, enfatizando os anos em que o Brasil venceu Copas do Mundo enquanto as mulheres eram proibidas de jogar. 

“Todo publicitário sonha em ganhar um Leão de Cannes, e quando essa vitória finalmente chega, demora para que a ficha caia. Há muita dedicação e trabalho excessivo envolvidos nesse processo. Para mim, vindo do interior do Maranhão, o caminho para me destacar no mercado é um pouco mais longo. Ganhar esse Leão confirma que todo o esforço valeu a pena e que sair do meu estado em busca dos meus sonhos de carreira deu certo”, diz o maranhense.

Sendo um dos primeiros maranhenses a alcançar tal feito, Guter espera que esse prêmio incentive ainda mais maranhenses a persistirem na busca por essa conquista, independentemente de onde estejam. "Esse Leão tem um significado ainda mais especial por ter surgido de uma ideia que homenageia mulheres que, durante quatro décadas, foram proibidas de praticar futebol no Brasil. Pensamos que o Itaú, já patrocinador das seleções masculina, feminina e de base do Brasil, poderia também dar destaque às Seleções Brasileiras que não existiram", continua o publicitário.

Para implementar a ação, o time da agência Galeria e o banco consultaram ex-jogadoras, historiadores, sociólogos e especialistas, incluindo Aira Bonfim, historiadora e pesquisadora de futebol, autora do livro "Futebol Feminino no Brasil", que os ajudaram a imaginar como seria jogar futebol feminino naquela época.

A carreira de Guter Sá começou no Maranhão. Nos primeiros anos de profissão, ele teve a oportunidade de atender clientes como a Universidade Ceuma, Matheus Supermercado e Equatorial (à época, Cemar). 

A vitória do maranhense não apenas reforça o talento brasileiro no cenário global da publicidade, mas também sublinha a importância de discutir e refletir sobre questões sociais por meio da criatividade e da inovação em campanhas publicitárias.

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