Literatura infantojuvenil

'Bumba, nosso boi', de Diego Freire, terá leitura pública e bate-papo com o autor em São Luís

Leitura ocorre neste sábado (29), na Livraria Amei, no São Luís Shopping.

Na Mira, com informações da assessoria

Atualizada em 27/06/2024 às 10h27
Diego Freire, autor do livro 'Bumba, nosso boi'.
Diego Freire, autor do livro 'Bumba, nosso boi'. (Foto: Divulgação)

SÃO LUÍS - O Dia de São Pedro, 29 de junho, quando centenas de grupos de bumba-meu-boi maranhenses se reúnem aos pés da capela erguida em homenagem ao santo na Ilha de São Luís, foi escolhido para a volta de um boizinho muito especial à sua casa. 

Lançado em 2016, na Bienal de São Paulo, adotado por escolas públicas e privadas em três das cinco regiões brasileiras, adaptado para o teatro e com tiragem esgotada, o livro “Bumba, nosso boi”, do escritor maranhense Diego Freire, terá nova edição publicada com recursos de acessibilidade, como braile e Libras, e leitura pública seguida de bate-papo com o autor a partir das 16h do próximo sábado (29), na Livraria da Associação Maranhense de Escritores Independentes (Amei), no São Luís Shopping (Av. Prof. Carlos Cunha, 1000). A entrada é gratuita, e as vagas limitadas.

A nova edição terá distribuição gratuita em espaços que se dedicam ao acolhimento de crianças com deficiências. Isso porque, como explica o autor, a obra chamou também a atenção desse público, que se identificou com um aspecto em particular do boizinho que teve sua língua devorada por Catirina para dar origem a um dos maiores folguedos da cultura brasileira, o auto do bumba-meu-boi. 

“Na minha infância, no Maranhão, eu frequentava os arraiais e adorava ver o boi dançar, mas me perguntava se ele não estaria triste por não ter mais sua língua. Afinal, o pai Francisco a cortou para dar a Catirina, que estava grávida e não podia ter seu desejo ignorado”. E foi com esse espanto que o ludovicense radicado na capital paulista escreveu seu primeiro livro.

Na nova história, o boizinho sofre com a discriminação dos demais bichos da fazenda por passar a falar diferente, mas encontra amparo em outros personagens que passaram por algo semelhante: o Saci, que não tem uma perna; o Curupira, que tem as duas, mas voltadas para as costas; e a Mula sem Cabeça, que, bem, não tem cabeça. “E, então, o bumba-meu-boi ocupa seu devido lugar entre os grandes do nosso folclore”, celebra o escritor.

“Acredito que esse sentimento de superação também é o de muitas crianças que não se encaixam em certos padrões", disse Diego.

Após a leitura, será realizado o cadastro de interessados em receber, gratuitamente, os primeiros exemplares da nova edição.

Sobre o autor

Diego Freire é graduado em comunicação pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), especializado em jornalismo científico pela Unicamp e em semiótica pela PUC-SP. Radicado na capital paulista, suas lembranças do bumba-boi maranhense encontraram um dos últimos refúgios do Saci Pererê e, desse encontro, veio a inspiração para seu primeiro trabalho literário.

Após anos dedicados à objetividade da cobertura científica, o autor busca na literatura infantojuvenil a capacidade que as palavras têm de nos fazer voltar à época em que as leis da física estavam lá para serem desafiadas: a infância. Entre uma reportagem e outra sobre as últimas descobertas da ciência, fica imaginando como seria se a Via Láctea fosse mesmo feita de leite ou se um boi que perdeu a língua passasse a ser discriminado por falar diferente, entre outras viagens da nossa imaginação – coisas que os cientistas até podem tentar explicar, mas que a literatura, em especial a infantil, é capaz de realizar.

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