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COLUNA
Sexo com Nexo
Sexo com Nexo por Mônica Moura, sexologia clínica e Educação sexual.
Sexo com Nexo

Os passos da confiança

Confira a coluna desta semana da sexóloga e educadora sexual Monica Moura.

Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual.

Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual.
Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual. (Divulgação)

Gabriel é conhecido entre seus amigos como "Gabriel Rápido". Não pela sua capacidade de corrida, nem pela sua agilidade na solução de problemas. Era uma questão peculiar: sofria de ejaculação precoce, e não apenas em situações íntimas, mas também em momentos inusitados, como dançar forró em uma festa.

O apelido se popularizou em uma festa de São João quando, animado, ele convidou uma bela moça para dançar forró. No começo da dança, sentiu uma onda de excitação tão intensa que, em menos de 30 segundos, teve uma ejaculação involuntária. Morto de vergonha, Gabriel tentou disfarçar, dizendo que precisava de um momento e correu para o banheiro. Os amigos o seguiram e testemunharam o ocorrido.

A juventude seguia com os mesmos conflitos, até que Gabriel decidiu que precisava de ajuda profissional e marcou uma consulta comigo. Na primeira consulta, ele estava nervoso e envergonhado, mas tentou parecer confiante. Quando perguntei quanto tempo ele conseguia segurar antes de ejacular, Gabriel mentiu (descaradamente), dizendo que conseguia aguentar "uns bons 15 minutos". Conversamos sobre o tempo médio de uma relação sexual, a ilusão performática dos filmes pornôs e o prazer sexual. Após algumas orientações iniciais, esperei que ele voltasse na semana seguinte.

Na segunda consulta, ele já estava um pouco mais confortável, mas ainda não queria revelar a verdade completa. Dessa vez, me disse que conseguia segurar por "uns 5 minutos". Percebendo ali uma leve contradição, mas respeitando o seu tempo, prescrevi exercícios de respiração e técnicas de controle. Reforcei que ele precisava ser honesto sobre seus progressos.

Finalmente, na terceira consulta, Gabriel não aguentou mais a pressão e decidiu me contar a verdade. Com um suspiro profundo, ele confessou: "Doutora, eu realmente preciso de ajuda. Eu ejaculo em menos de 30 segundos, às vezes até em situações comuns, como dançar forró. Isso está arruinando minha vida!"

Vendo finalmente a honestidade do Gabriel, eu ri de maneira empática. "Gabriel, a primeira parte do tratamento é sempre admitir a verdade. Vamos trabalhar juntos nisso. Há várias técnicas e tratamentos que podem ajudar."

Com apoio, Gabriel começou um tratamento adequado e, com o tempo, foi capaz de controlar melhor sua excitação. Ele continuou frequentando o forró, agora com muito mais confiança. E embora ainda atravessasse alguns percalços, ele nunca mais teve que sair correndo para o banheiro, abandonando uma moça no meio da dança.

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