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COLUNA
Sexo com Nexo
Sexo com Nexo por Mônica Moura, sexologia clínica e Educação sexual.
Sexo com Nexo

Mas o que seria um “relacionamento tradicional” pra você?

Ao longo da história, ocorreram várias transformações na maneira como expressamos e vivemos o amor e o sexo.

Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual.

Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual.
Mônica Moura/Sexologia clínica e Educação sexual. (Divulgação)

Nosso inegável desejo de pertencimento ao que é considerado “normal” não pode extrapolar os limites que definem onde o espaço do outro começa. Somos individuais. Somos únicos. Somos livres. Vivemos o hoje, respiramos o agora. Nesse contexto, os relacionamentos seguem essa mesma linha: individuais, únicos e livres. 

O que muitos chamam de “relacionamento tradicional", é um conceito que tem evoluído ao longo do tempo e varia expressivamente entre culturas, épocas e indivíduos. Não existe um modelo único ou fixo de relacionamento que seja universalmente aplicável a ponto de ser considerado "tradicional". O que é chamado de tradicional em uma sociedade pode não ser visto da mesma forma em outra. Vou tentar explicar de um jeito simples. 

Ao longo da história, ocorreram várias transformações na maneira como expressamos e vivemos o amor e o sexo. 

O casamento era visto como uma instituição social e econômica. Era comum que a união fosse arranjada pelos pais para ajustar a estabilidade social, econômica e política das famílias. O sexo servia para a perpetuação familiar, assegurando a sucessão de propriedades e riquezas. Tradição já foi isso. 

Pra quem não sabe, em culturas antigas (incluindo Grécia e Roma antigos), havia um acesso mais aberto da sexualidade, como a prática da homossexualidade, por exemplo. No entanto, vejam só que curioso, essas mesmas sociedades muitas vezes também mantinham normas rígidas em relação ao casamento e à família. 

Durante a Idade Média na Europa, a igreja desempenhou um papel significativo na regulamentação da sexualidade, promovendo a castidade e o casamento como instituição sagrada. Mas você sabia que até o séc VIII d.c. os padres podiam casar e ter filhos? Pois é. Era tradição também. 

Com o advento da era moderna, séc XVIII e XIX, surgem mudanças nas atitudes em relação ao amor e ao sexo. Sob influência do romantismo e do surgimento de novas teorias sobre o indivíduo e a liberdade, ideias como o amor romântico e a liberdade sexual começam a ganhar proeminência. 

Aí o séc XX ganha uma série de mudanças sociais, como o movimento feminista, a revolução sexual dos anos 60, o advento da contracepção, a luta pelos direitos LGBTQIAP+ e as mudanças nas estruturas familiares. 

No século XXI, as expressões amorosas são múltiplas. Questões como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, identidade de gênero e poliamor ganham destaque na discussão pública. Além disso, a tecnologia e a internet desempenham um papel significativo na forma como as pessoas se encontram, se relacionam e se expressam. 

Portanto, caro leitor, o que é um “relacionamento tradicional” pra você? Em qual contexto histórico você está inserido? Tradicional mesmo deveria ser o respeito pelo próximo, porque a sua expressão de amor e sexo de hoje pode estar ultrapassada. Viva o hoje. Respire o seu agora. 


 


 

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