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Pergentino Holanda
O colunista aborda em sua página diária os acontecimentos sociais do Maranhão e traz, também, notícias sobre outros estados e países, incluindo informações das áreas econômica e política.
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Pergentino Holanda: O fim de uma geração de gênios

E mais: Homenagem a Jesus Santos na Assembleia

PH

Esta tela, “A lenda de Ana Jansen”, de 2m45 x 1m75, óleo sobre madeira, ganhou o 1° Prêmio do I Salão de Artes Plasticas do Maranhão
Esta tela, “A lenda de Ana Jansen”, de 2m45 x 1m75, óleo sobre madeira, ganhou o 1° Prêmio do I Salão de Artes Plasticas do Maranhão

O fim de uma geração de gênios

Coube à marchand paulista Fernanda Perasso a difícil, mas vitoriosa missão, de levar os artistas maranhenses Jesus Santos, Péricles Rocha e Dila para expor os seus trabalhos em Nova York, o que fizeram com enorme sucesso.

Passados alguns anos dessa gloriosa aventura dos artistas plásticos mais representative da história recente das artes plásticas do Maranhão, o trio começou a se desfazer em novembro de 2022 com a morte da maior pintura naif nascida neste estado, a super premiada Dileusa Dinis Rodrigues, mais conhecida como Dila.

Em junho de 2023 foi a vez de Péricles Rocha sair de fininho rumo às estrelas. E na madrugada de 7 de março, véspera do Dia Internacional da Mulher, Jesus Santos fechou o ciclo de despedidas do trio mais emblemático das artes plásticas deste estado e que conseguiu, mesmo residindo em São Luís, projetar para o mundo uma obra que envaidece os maranhenses.

Ao tomar conhecimento da morte de Jesus Santos, ontem, o produtor cultural Fernando Bicudo lembrou da realização do I Salão de Artes Plasticas do Maranhão no antigo Convento das Mercês (depois Memorial José Sarney e Centro da Memoria Republicana), quando Jesus expôs uma belíssima e gigantesca obra “A lenda de Ana Jansen”, de 2m45 x 1m75, óleo sobre madeira, que ganhou o 1° Prêmio.

A obra foi adquirida por Bicudo e hoje enfeita o casarão do sitio em que ele reside em Búzios, no Rio de Janeiro.

Quando São Luís completou 400 anos, Jesus Santos produziu uma tela que foi utilizada por O Boticário para a embalagem de um perfume criado especialmente para celebrar a data.

Quem compareceu ontem ao velório de Jesus Santos, na Pax União, viu, logo na entrada, uma linda coroa de flores enviada por Antonio Gentil e Família (leia-se Grupo O Boticário) para homenagear o grande artista maranhense.

Dia da Mulher

Muito se fala sobre o motivo de o 8 de março ter sido escolhido o Dia Internacional da Mulher, que, em 2024, cai nesta sexta-feira.

Há controvérsias sobre sua origem, geralmente associada a um incêndio que matou 125 mulheres em uma fábrica têxtil, em Nova York, em 1911.

Mas fato é que a data foi motivada pela luta operária e pelos movimentos políticos – e torná-la um dia de festa é uma maneira de apagar o protagonismo das mulheres na História.

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A socióloga Eva Blay, professora emérita da USP e uma das principais pesquisadoras da data, explica que a jornalista alemã Clara Zetkin (1857-1933) propôs a criação da efeméride sem definir um dia exato, ao participar do II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhague, em 1910.

Ela militava no movimento operário e se dedicava à conscientização das mulheres sobre seus direitos.

Dois anos antes, nos Estados Unidos, no último domingo de fevereiro de 1908, mulheres já haviam feito uma manifestação a que chamaram Dia da Mulher, reivindicando o direito ao voto e a melhores condições de trabalho.

Em 1909, a data aconteceu em 26 de fevereiro, em Nova York, com duas mil mulheres em passeata novamente por melhores condições de trabalho – suas jornadas chegavam a 16 horas por dia.

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O incêndio frequentemente apontado como o motivo para a criação do Dia da Mulher só foi acontecer em 25 de março de 1911, um ano depois da proposta de Clara Zetkin.

Naquela época, era comum os empregadores trancarem as portas e cobrirem os relógios durante o horário de trabalho.

A Triangle Shirtwaist Company empregava 600 pessoas, a maioria mulheres imigrantes judias e italianas, com idades de 13 a 23 anos, e ficava no terreno que hoje abriga a Universidade de Nova York.

Com chão e divisórias de madeira, grande quantidade de tecidos e retalhos e instalação elétrica precária, o fogo se propagou rapidamente. Morreram 146 pessoas, sendo 125 mulheres e 21 homens, na maioria judeus.

De lá para cá, as manifestações pelos direitos das mulheres continuaram a acontecer em todo o mundo, em datas variadas, com vitórias e derrotas. Em 1975, o 8 de março foi oficializado pela ONU como o Dia Internacional da Mulher.

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O 8 de março é um dia especial para suas reivindicações por igualdade de direitos e oportunidades – diz a socióloga Eva. Que acrescenta: O Dia Internacional da Mulher joga luz sobre essa situação.

Ou seja, é um dia de mobilização, não de homenagem a pessoas especiais com flores e bombons. “Adocicar” a data faz a mulher retornar a um lugar “essencialista”, frisa Carla Rodrigues, filósofa, professora da pós-graduação em Filosofia da UFRJ, pesquisadora da Faperj e coordenadora do laboratório de pesquisa “Escritas, filosofia, gênero e psicanálise” (UFRJ): essencialmente frágeis, essencialmente dóceis, essencialmente delicadas. Apaga a relação entre mulheres e luta.

Elas conseguiram vitórias, mas ainda há muito o que caminhar. Conquistaram espaço no mercado de trabalho, mas ganham menos que os homens, chegaram muito menos a posições de chefia. Foram à universidade, mas ainda são exploradas. Conseguiram autonomia, mas não podem andar nas ruas sem medo. E liberdade é não ter medo.

Por isso, neste 8 de março, ao encontrar uma mulher, em vez de oferecer flores e desejar feliz dia, olhe para ela e diga: estou com você nessa luta.

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O Dia Internacional das Mulheres é um feriado nacional em muitos países, incluindo a Rússia, onde as vendas de flores dobram durante três a quatro dias ao redor de 8 de março. Na China, muitas mulheres recebem meio dia de folga no 8 de março, conforme recomendado pelo Conselho de Estado.

Já na Itália, 'La Festa della Donna' é comemorada com a entrega de botões de mimosa. A origem desta tradição não é clara, mas acredita-se que tenha começado em Roma após a Segunda Guerra Mundial.

Nos EUA, março é o mês da História das Mulheres. Todos os anos, um pronunciamento presidencial homenageia as conquistas das mulheres americanas.

O dia 8 de março de 2024 cai nesta sexta-feira e não é feriado no Brasil.

O empresário Antonio Gentil, CEO do Grupo O Boticário no Maranhão e grande incentivador das ações culturais no Estado, fez questão de homenagear o pintor Jesus Santos
O empresário Antonio Gentil, CEO do Grupo O Boticário no Maranhão e grande incentivador das ações culturais no Estado, fez questão de homenagear o pintor Jesus Santos

Homenagem da Assembleia

A Assembleia Legislativa do Estado fez um minuto de silêncio, na sessão plenária de ontem (7), em memória do artista plástico maranhense Jesus Santos, que faleceu em São Luís. A solicitação foi do deputado Carlos Lula (PSB).

Jesus Santos, que sofreu uma parada cardíaca, foi um dos mais importantes artistas plásticos contemporâneos do Maranhão.

O sepultamento será na manhã de hoje no Cemitério do Gavião.

Usina solar da Granorte

Sempre comprometida com o meio ambiente e a sustentabilidade, a Granorte, que é a maior pedreira do Maranhão e atua com permanente investimento em tecnologia, máquinas e equipamentos, investiu pesado em energia renovável e conta agora com uma usina solar para reduzir os impactos ambientais.

Afinal, a pedreira, que produz brita, areia industrial, pó de brita e pedrisco, conquistou, há alguns anos, o selo de qualidade ISO 14001, bem como a certificação de Qualidade ISO 9001, sendo a única no Brasil no segmento com as duas certificações.

DE RELANCE

Carros x pedestres

“Pedestrianização” é um palavrão, literalmente. E está “na moda”. Em cidades da Europa e dos Estados Unidos, avança o debate sobre qual deve ser, afinal, o espaço que cabe a pedestres e a veículos nas áreas urbanas, com a balança pendendo a favor de caminhantes e ciclistas.

A pergunta é: quem deve ter prioridade?

Paris, na França, decidiu limitar o espaço destinado aos carros grandes. Em fevereiro, um referendo realizado pela prefeitura aprovou, por maioria (54,55%), uma medida, digamos, não muito simpática aos SUVs (sigla em inglês para “veículos utilitários esportivos”). Ficou decidido que esses modelos mais robustos – quando conduzidos por não residentes – passarão a pagar três vezes mais para estacionar na capital francesa.

Dependendo do caso, isso pode significar 18 euros por hora, algo próximo de R$100. Ou seja: vai doer no bolso.

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Paris também já havia decidido cobrar estacionamento de motos e adotar uma série de restrições ao tráfego em dezenas de vias, incluindo o fechamento de áreas às margens do rio Sena para os motoristas. Além disso, desde 2020, foram criados cerca de 80 quilômetros de ciclovias.

Óbvio que as medidas são polêmicas. Outras cidades já tentaram adotar ações semelhantes, no que se pode chamar de “pedestrianização” forçada, e travaram em resistências. No caso parisiense, o percentual de votantes no plebiscito não chegou a 6% da população, o que só amplia a controvérsia.

Por aqui, onde ainda falta o básico do básico e a “carrodependência” é a regra, estamos a anos-luz desse tipo de debate, mas é bom prestar atenção: um dia, talvez mais rápido do que se imagine, a discussão vai chegar aqui.

A cantora baiana Maria Bethânia na série Ocupação em 2024
A cantora baiana Maria Bethânia na série Ocupação em 2024

Ocupação Maria Bethânia

No dia 13 de março abre a Ocupação Maria Bethânia no Itaú Cultural, iniciando as mostras da série Ocupação em 2024.

A exposição, que abre três dias depois do encerramento de sua turnê ‘Fevereiros’, em São Paulo, tem curadoria da equipe do Itaú Cultural e da cenógrafa Bia Lessa e traz outras características: se expande por dois andares do IC e tem predominância imagética, audiovisual e sensorial.

Essa exposição será como uma grande instalação, que lança um olhar poético e novo sobre a vida de Bethânia em diálogo com o seu universo criativo e particular, valorizando sua estreita relação com a força da palavra e da literatura e com a potência cultural do Recôncavo Baiano, o sincretismo religioso, o sagrado e o profano mesclados em sua construção.

Emenda pior que o soneto

A falta de estabilidade nas regras do jogo explica em boa parte o descrédito da política no Brasil. Discute-se agora o fim da reeleição, instituto criado no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, para que pudesse disputar o segundo mandato em 1998.

A aprovação foi cercada de denúncias de compra de votos, mas os que eram contra usufruíram da mudança e não tentaram revogar. Como a classe política não soube lidar com a reeleição de forma republicana, o senso comum sugere que se acabe com a reeleição, o que não terminará com os problemas do presidencialismo de coalizão, verdadeira origem da orgia que desencanta o eleitor.

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De prefeito a presidente, a reeleição pode ser boa ou ruim, dependendo da forma como o governante se comporta em relação ao uso da máquina.

Regras mais rígidas (ou simplesmente mais claras) poderiam evitar os desvios de conduta que desmoralizam a reeleição.

A proposta agora é acabar com a reeleição, esticando os mandatos para cinco ou seis anos.

Resolve o problema da má gestão, da corrupção, da incompetência? Não resolve, mas tem adeptos por diferentes razões – da verdadeira crença na evolução do sistema democrático aos interesses pessoais de potenciais candidatos.

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Com a possibilidade de reeleição, um mau presidente, governador ou prefeito pode ser substituído ao final de quatro anos. Se o mandato for de cinco ou seis anos, serão mais 365 ou 730 longos dias. E por que não dar aos bons a possibilidade de continuar por mais quatro anos, se esse for o desejo do eleitor?

Há no mundo boas e más experiências de reeleição. Por que não aperfeiçoar as regras em vez de jogar a criança fora com a água do banho?

É provável que, se FHC não tivesse disputado a reeleição, o Plano Real, que enfrentou séria crise no início de 1999, tivesse naufragado pelas mãos do sucessor. Os quatro anos adicionais deram tempo a FHC de consolidar o Real, que enfrentava críticas do PT.

Quando Lula chegou ao poder, em 2003, teve de se render ao sucesso do plano.

Polêmica na Literatura

O governo do Paraná ordenou o recolhimento da obra O Avesso da Pele, do escritor Jeferson Tenório, das escolas estaduais. A medida foi comunicada por meio de ofício que diz que os livros devem ser recolhidos até amanhã, para análise. Em nota enviada a ZH, a Secretaria da Educação do Paraná informou que a medida obedece “aos próprios estatutos legais da lei brasileira, de salvaguarda à criança e ao adolescente, no que diz respeito à exposição aos referidos conteúdos”.

No Instagram, Tenório contou ter sido surpreendido com a decisão: “São atos violentos e que remontam dias sombrios do regime militar. Inaceitável uma atitude antidemocrática como essa em pleno 2024. Não vamos aceitar qualquer tipo de censura”.

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Na semana passada, a obra foi retirada da biblioteca de uma escola de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, após críticas da diretora da instituição.

Ela disse que o livro tinha vocabulário de “baixo nível”.

A obra, vencedora do Prêmio Jabuti em 2021, faz uma reflexão sobre o racismo e integra o acervo atual do Programa Nacional do Livro e do Material Didático, elaborado pelo Ministério da Educação durante o governo de Jair Bolsonaro.

Federais cassam títulos de ditadores

Não é um bom momento para a memória de ditadores e outros personagens envolvidos no regime militar brasileiro (1964-1985). Ao menos na Academia.

Vários tiveram seus títulos de doutor honoris causa, concedidos pelas universidades, revogados recentemente nas federais do Rio Grande do Sul.

“É inconcebível, na atualidade, manter homenagens concedidas para pessoas notoriamente identificadas como responsáveis por atos que atentam contra a dignidade da pessoa humana e os direitos humanos”, diz trecho do documento apresentado ao Conselho Universitário (Consun) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que cassou os títulos do ex-ditador Emílio Garrastazu Médici e do ex-ministro Jarbas Passarinho.

Médici e o ex-presidente Costa e Silva tiveram seus títulos cassados pela UFRGS. O caso de Castelo Branco é analisado pela UFSM, que também verifica a situação de Costa e Silva.

‘Elas’ no Casarão

As cantoras Fabrícia e Fabiana Alves são os destaques da festa ‘Elas no Comando’, que acontece neste domingo, no Casarão Colonial, no Centro Histórico de São Luís, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

Além delas, participarão os grupos Soul Reggae, Feijoada Completa e Argumento, além do DJ Arsênio Filho.

O evento promete oito horas de muita música e descontração e uma novidade: a inauguração do Bar do Litrão, posicionado em um local estratégico do espaço.

Para escrever na pedra:

“Não morda um prazer antes de certificar-se de que não tem um anzol oculto”. De Thomas Jefferson, terceiro presidente dos Estados Unidos.

TRIVIAL VARIADO

Hoje é dia festejar um dos mais atuantes e requisitados fotógrafos do Maranhão: Ribamar Pinheiro comemora mais um aniversário.

Dinheiro esquecido: brasileiros ainda têm R$ 8 bilhões para sacar no sistema do Banco Central. Valores são referentes a janeiro deste ano.

Proteína brasileira: o Brasil exportou 397,7 mil toneladas de carne de frango em fevereiro, uma alta de 4,7% em relação ao mesmo mês de 2023.

A janela partidária se abriu e as forças do jogo político começam a desenhar as estratégias para o processo eleitoral deste ano, em São Luís.

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