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COLUNA

Isaac Viana
Isaac Viana é psicólogo, mestre em Cultura e Sociedade, professor universitário e escritor.
Isaac Viana

Esperança

A esperança é isso mesmo, uma espécie de palavra verde esperando tempo favorável para amadurecer.

Isaac Viana

Certa feita, um professor me perguntou qual palavra eu achava mais bonita na língua portuguesa. Sem pensar muito, respondi: “Esperança”. Por sua vez, ele disse que odiava essa palavra. Não entendi bem e perguntei se ele odiava a palavra “esperança” ou o fato de “ter esperança”. “O fato de ter esperança”, ele respondeu.

Acredito que, assim como meu professor, a dificuldade que alguns têm com a esperança advém do fato de que, quando esperaram por algo importante, se frustraram. Há que se verificar, no entanto, o sentido que se dá para essa palavra. Enquanto algumas pessoas a encaram como um pensamento mágico (“Eu quero algo, logo o terei”), outros a percebem como uma atitude (“Eu quero algo, logo lutarei para tê-lo”).

A bem da verdade, em ambas as ocasiões, existe a possibilidade tanto de se ter quanto de não se ter o objetivo almejado. Obviamente, quem faz algo de concreto para alcançar seu propósito tem maior probabilidade de atingi-lo do que quem não faz nada de efetivo nesse sentido.

A esperança é isso mesmo, uma espécie de palavra verde esperando tempo favorável para amadurecer. Por vezes, é invisível aos olhos alheios, apesar de realidade patente para quem espera.

Ao contrário do meu professor, acredito na esperança. Não é que eu tenha certeza de que alcançarei tudo o que espero. Certamente, não o farei. Mas, ainda assim, a esperança parece deixar a vida mais colorida, de modo que, mesmo na ausência das conquistas almejadas, por causa dela, a palavra verde, não teremos deixado de contemplar o colorido da vida.

Independentemente do que aconteça ou deixe de acontecer neste novo ano que se inicia, torço para que nada lhe impeça de contemplar a beleza das cores ao redor. Esperança, pois, como afirmou Ferreira Gullar:

 

“(...) isso é coisa de homem

esse bicho

estelar

que sonha

(e luta).”

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