Série

Ed Moraes fala do papel em “Betinho no fio da navalha”

Ator está no ar também em Notícias Populares, do Canal Brasil, onde interpreta Gibran, editor de esportes do periódico e responsável pelo jornal.

Evandro Júnior / Na Mira

Ed Moraes
Ed Moraes (Foto: Divulgação)

O ator Ed Moraes é destaque na nova série do Globoplay. Em “Betinho no fio da navalha”, ele dá vida a um personagem de grande importância na história, Herbert Daniel, escritor, sociólogo, jornalista e guerrilheiro na luta contra a Ditadura militar.

“Ele foi uma figura de liderança em vários movimentos. Reprimiu a sua sexualidade em prol do momento político que vivíamos e escolheu não falar publicamente até partir do Brasil. Exilou-se em Portugal e depois na França. Ficou muito conhecido como o último exilado político a voltar ao Brasil. Foi parceiro de Betinho em várias lutas, entre elas, a conquista da medicação para HIV/Aids no serviço público brasileiro. Fundou o grupo Pela Vidda que existe até hoje e auxilia PVHIH (Pessoas que vivem com HIV)”, disse o ator.

Para viver esse papel, Ed teve que ir a fundo na pesquisa e estudo para conhecer melhor sua história, então teve ajuda de uma pessoa bastante especial, e bem conhecida do público, para ajudar a contar a trajetória do sociólogo.

“Eu tinha ouvido pouquíssimas coisas sobre o Herbert e assim que fui chamado para o teste li tudo que achei, inclusive quase todos os livros e alguns artigos que ele escreveu. Mesmo a série “Betinho” não mostrando o Daniel no seu período de guerrilha, fiz questão de contactar a ex presidenta Dilma Rousseff, que foi amiga e companheira dele na luta armada, e ela se prontificou a ajudar na pesquisa e preparação. Infelizmente a agenda de compromissos dela não permitiu nosso encontro pessoalmente. Para ajudar a compor o personagem busquei também as entrevistas dele para entender a sua articulação e expressão. Também conheci parte da sua família e pessoas que conviveram com ele, tudo isso foi importante pro resultado”, ressalta. 

Ele foi um dos responsáveis, ao lado de Herbert de Souza, Nair Brito e tantas outras pessoas que foram muito importantes nessa conquista, por articular em todo o país o movimento pela garantia dos direitos de pessoas que vivem com HIV/aids.

“Graças a todos, temos hoje no país a medicação para o HIV/Aids no SUS. Eles são parte de um grupo responsável por cobrar e exigir ao Sistema Nacional de Saúde a importação a medicação ao HIV/Aids. Muitas outras pessoas se movimentaram e conseguiram com que tivéssemos um serviço público de assistência as PVHIV (Pessoas que vivem com HIV) que funciona até hoje como referência a vários países (onde ainda a medicação é paga)”, diz.

Moraes lembra que se emocionou ao conhecer a história que iria viver e teve momentos da trama de Herbert que o atravessou de forma pessoal. “Conhecer a fundo a importância dele na luta contra a ditadura foi bem importante, mesmo não tendo esse período na série, porém descobrir que ele foi o último exilado político a ser anistiado, provavelmente por ser homossexual assumido, o que me dilacerou o coração. Defender e ser um dos precursores do discurso que existe vida após diagnóstico (que aliás originou o nome a organização que ele fundou e funciona até hoje o Grupo Pela Vidda) também foi de extrema importância no entendimento da personagem e me emocionou profundamente. O lema “morte social” criado por ele elucida bem o que a sociedade sente perante as PVHIV”, destacou.

Na série, que é sucesso na plataforma de streaming, o ator contracenou bastante com o protagonista, Júlio Andrade, que interpreta Betinho. Além dele, trabalhou com nomes como João Fenerich que faz Cláudio Mesquita (Marido de Herbert Daniel), Thelmo Fernandes, Michel Gomes, Luiz Bertazzo entre outros.

 

 

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.