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Sexo com Nexo
Sexo com Nexo por Mônica Moura, sexologia clínica e Educação sexual.
Sexo com Nexo

Sexo não é prova de amor

Coluna Sexo com Nexo.

Monica Moura/Sexologia Clínica e Educação sexual

Sexo com Nexo.
Sexo com Nexo. (Divulgação)

Diana nasceu romântica. Enxerga o relacionamento dos pais como um modelo que além de apreciar, idolatra (suas palavras). Nunca viu seus pais brigando (o que não significa que eles nunca brigaram)  e aprendeu em seu seio familiar que o matrimônio é para sempre - a exemplo dos seus avós, que permaneceram juntos até o fim das suas vidas. 

Filha única, com 26 anos, Diana tem na bagagem duas pós-graduações na área jurídica, é sócia majoritária em um escritório de advocacia e carrega consigo (também) a expectativa de casar virgem. Seu namorado, Guilherme, tem a mesma idade que ela. Juntos desde a faculdade, já elaboraram diversas possibilidades de prazer juntos - e nenhuma delas envolve a penetração. 

Ele não tem exatamente o mesmo olhar romântico da Diana, mas sempre respeitou a sua decisão sobre a manutenção da “virgindade”. 

No começo do ano eles melhoraram a carteira de clientes no escritório. Em agosto ficaram noivos. Em setembro o problema se instalou. 

Após a festa de noivado, Guilherme disse pra Diana que queria “avançar” na intimidade deles. Disse que a amava e que esse era o caminho mais natural do casal. Diana negou. Se manteve firme na decisão e pediu que aguardasse apenas mais um ano, até o casamento, na noite de núpcias. 

Guilherme então pôs em cheque a veracidade do amor dela. Em outras palavras, pediu sexo como “uma prova de amor”. 

Você não me ama? Não confia em mim? - questiona Guilherme indignado. 

Claro que te amo, Guilherme! Mas não foi esse o nosso combinado! - protesta Diana. 

Quando me procuraram, a relação já estava bastante instável. Vários micro-conflitos que aparentemente revelavam uma insatisfação de anos. Quem estava certo? Quem tinha razão? Na minha percepção, os dois. Cada um dentro da sua perspectiva. 

A decisão da Diana em esperar pela noite de núpcias é válida. É coerente com o que ela planejou. É direito dela seguir com a sua idealização - e ele sempre soube disso!

A sede do Guilherme por sexo também era válida. Ele sentia vontade e tinha todo o direito de desejar. Quando ele diz pra ela que a espera estava sendo difícil, e que já lhe causava angústia - era natural que ele tentasse uma negociação. 

Ele precisava entender e respeitar o lado dela. 

Ela precisava entender e respeitar o lado dele. 

Encontrar um meio-termo para o casal continuar juntos parecia missão impossível. Mas pedir sexo como prova de amor, NÃO PODE! Fazer chantagem emocional, NÃO PODE! Tentar vencer pelo cansaço, não é a abordagem mais apropriada. E os dois precisavam saber disso. 

Depois de alguns encontros e vários exercícios, esgotamos as possibilidades de conciliação. Se ninguém está disposto a ceder, o lugar comum aos dois deixa de existir. A relação se esvai. 

E assim aconteceu. Eles se separaram. 

Essa semana Diana veio ao consultório com uma grande novidade: conheceu Arlindo, seu novo namorado, em uma viagem que fez com os pais. Naquele navio, em um ambiente bastante familiar, Diana iniciou a vida sexual. Simples. Sem medo. Sem culpa. Sem nenhuma vergonha por ter mudado de ideia. 

- Estou vivendo um momento muito bom, Dra Monica! - disse Diana sorridente - O sexo aconteceu porque eu quis. E, principalmente, aconteceu sem eu me sentir pressionada por ninguém. 


 

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